Imagino que muitos de vocês já se pegaram, em uma conversa informal regada a uma ou outra cerveja, afirmando de forma inflamada - e até apaixonada – não ser “um homem de preconceitos”, sejam estes de natureza religiosa, racial ou de gênero, só para citar os mais recorrentes. E, momentos depois, quase que num reflexo, sair vomitando frases que parecem sair de sua boca de forma automática, não deliberada: “mulher tem mesmo é que cuidar dos filhos, ficar em casa pilotando o fogão”, “cuidado com este moleque; tem cara de ladrão”.

Quem nunca?

Eu mesmo, infelizmente, já caí nestas “pegadinhas”.

Foi observando estes tipos de atitudes, em que homens dizem uma coisa, mas na prática reagem de outra forma, que profissionais de Harvard criaram, anos atrás, o Project Implicit, ou seja, uma maneira científica de descobrir conceitos implícitos, intrínsecos ao nosso ser, que estão escondidos em nosso inconsciente. E o preconceito, em suas mais diversas facetas, é uma destas características que fica lááááááá no fundo deste grande computador que não conseguimos acessar racionalmente em nosso cérebro.

Em breves palavras, poderíamos afirmar que o projeto em questão é uma forma de provar o ditado que diz que “na prática, a teoria é outra”.