Check-in do sexo Camisinhas com código de barras usam mídias sociais para criar um mapa global do sexo seguro. Pronto para postar seu roteiro? gplus
   

Check-in do sexo

Camisinhas com código de barras usam mídias sociais para criar um mapa global do sexo seguro. Pronto para postar seu roteiro?

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Se você é fissurado em redes sociais, com certeza já conhece o sistema de check-in virtual. A ideia é simples: ao chegar em algum evento ou local específico o usuário anuncia sua presença pelo site e o programa compartilha com seus amigos as informações sobre onde você está e quando chegou. 

Mas será que realmente queremos saber onde toda a nossa lista de amigos está o tempo todo? Enquanto a resposta tarda, os fatos falam por si mesmos. Diversos restaurantes já estimulam o uso da ferramenta através de promoções e descontos para aqueles que postam sua chegada online. Algumas empresas já adotaram o sistema para controlar seus funcionários e mercadorias, e muitos se perguntam onde tudo isso vai parar.

O AreaH, por outro lado, já sabe onde ele foi parar: na cama. Como parte da Semana Nacional da Camisinha nos EUA, 55 mil camisinhas com códigos QR (sigla para Quick Response, ou "resposta rápida") foram distribuídas a universitários no estado de Washington. 

Desenvolvidos pela  organização de saúde e educação Planned Parenthood, os preservativos trazem o QR na embalagem, os quais os usuários podem fotografar com um smartphone depois de usar o preservativo. Alguns cliques depois e seu "check-in" se torna mais um pedaço do mapa mundial de sexo seguro.

O site Where Did You Wear It que oferece o serviço garante anonimidade total, embora os "tigrões" possam fornecer alguns detalhes vagos sobre como foi o encontro sexual.  Entre eles, o usuário pode informar o cômodo escolhido e até classificar a qualidade da fornicada.

Pelo visto não é só a Amelie Poulain que imagina os casais "dançando" no escuro, pois aos poucos os brasileiros estão adotando o sistema. Após uma breve bisbilhotada no mapa da zona sul de São Paulo, foi possível saber que naquele exato momento pelo menos cinco homens se preparavam para assaltar a geladeira e dormir até mais tarde no dia seguinte.

Um dos check-ins descreve: "Um rapaz de trinta e poucos e uma garota cujo relacionamento é só por diversão conversaram sobre sexo e DSTs. Eles usaram uma camisinha num quarto de hotel porque ninguém quer pegar doenças. 'Foi ótimo, não tenho do que reclamar'."

"Esperamos que o site promova discussões sobre a camisinha nos relacionamentos e ajude a remover estigmas que algumas pessoas podem ter sobre o uso do preservativo", comenta o coordenador de novas mídias da Planned Parenthood,  Nathan Engebretson. "O projeto pretende tornar decisões responsáveis em algo divertido".

A ação foi motivada pela publicação de um levantamento realizado entre calouras do estado norte-americano. A partir dele, descobriu-se que as garotas costumam iniciar a vida sexual usando bastante a camisinha, mas que a frequência realmente cai durante o primeiro ano na universidade.

Pesquisas recentes feitas pela Parent Parenthood sugerem  também que o uso da camisinha está em alta entre os adolescentes, embora outras pesquisas afirmem que o armazenamento incorreto e a má checagem das condições do produto acabam impedindo que o mesmo alcance seu potencial máximo.