Ninguém quer ser traído em seu relacionamento, claro. Mas... muitos já foram infiéis. Esse é um medo comum em diversos relacionamentos e motivos de ciúmes e discussões. Mas, você sabia que os homens traem mais do que as mulheres no Brasil? Pelo menos é o que afirma o estudo Mosaico 2.0, conduzido pela psiquiatra Carmita Abdo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas.
O levantamento apontou que, entre os homens, 50% admitem já terem sido infiéis em seus relacionamentos, enquanto apenas 30% das mulheres admitem ter traído. De modo geral, a média dos brasileiros fica em 40,5% em números de traição.
Segundos os pesquisadores, foram ouvidos três mil brasileiros de sete regiões metropolitanas do país - São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal. Os entrevistados, 49% de mulheres e 51% de homens, tinham entre 18 e 70 anos.
A disparidade entre homens e mulheres já era esperada, segundo Carmita Abdo. Ela observa que, especialmente na cultura latina, o homem costuma não considerar relações de caráter exclusivamente sexual como algo que coloque em risco seu relacionamento com a pessoa com a qual tem um projeto de vida.
“O homem diz que isso faz parte da natureza masculina, que ele não vai abrir mão da oportunidade”, diz Camita. Enquanto isso, quando as mulheres traem, geralmente há uma insatisfação sexual ou afetiva. "Por isso ela se permite”, afirma a psiquiatra.
Entre as regiões abordadas pela pesquisa, Salvador é a capital recordista em traição. Na cidade, cerca de 46% da população entre homens e mulheres já admitiram ter traído. Por outro lado, São Paulo é a capital brasileira com a menor porcentagem de infiéis, apenas 34%. A explicação é que algumas regiões tem uma forma mais livre de pensar sobre o assunto do que outras.
A faixa etária em que a traição foi admitida com maior frequência foi a de 41 a 50 anos, cerca de 53,8% dessa população. O estudo revelou ainda que uma pequena parcela da população diz ter um acordo de relacionamento aberto, ou seja, estando ambos liberados para se relacionar com outras pessoas. Isso ocorre em 3,4% dos homens e em 2,6% das mulheres.
A nova pesquisa é uma versão atualizada do estudo Mosaico Brasil, de 2008, que se consolidou como o primeiro e maior levantamento sobre sexualidade já realizada no país até aquele momento, também coordenada pela psiquiatra. “Embora muita coisa tenha mudado e tenhamos a impressão de que hoje é mais natural falar sobre sexo, a sociedade ainda aborda essa temática com certa vulgaridade”, completa.
Sobre Ed Leandro
Leitor de bula de remédio a adesivo de orelhão, é um verdadeiro apaixonado pelo jornalismo. Louco por séries, filmes e livros, quer sempre fugir da rotina.
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