O governo da França provavelmente irá aprovar um projeto de lei que irá proibir modelos excessivamente magras, além de criar a possibilidade de multar a agência de modelos ou empresa de moda que as contratar e mandar os agentes para a prisão, informou a ministra da Saúde nesta segunda-feira.
Meca do estilo e conscienciosa de suas indústrias da moda e do luxo, que valem bilhões de euros, a França irá se unir a Itália, Espanha e Israel, países que adotaram leis contra modelos magras demais nas passarelas ou em anúncios de propaganda no início de 2013.
"É importante que as modelos digam que precisam se alimentar bem e cuidar da saúde, especialmente às jovens que vêem as modelos como um ideal estético", disse a titular da pasta, Marisol Touraine, ao canal de televisão BFM nesta segunda-feira.
À véspera de um debate no Parlamento sobre uma legislação de peso na área da saúde no dia 17 de março, Touraine declarou que o governo socialista deve apoiar duas emendas relacionadas com o peso das modelos.
O projeto de lei obrigaria pesagens periódicas e multas de até 75 mil euros para quaisquer violações, e até seis meses de prisão para funcionários envolvidos, disse o parlamentar socialista Olivier Veran, que redigiu as emendas, ao jornal Le Parisien.
As modelos teriam que apresentar um certificado médico mostrando terem um Índice de Massa Corporal (IMC) de pelo menos 18, cerca de 55 quilos para 1,75 metro de altura, antes de serem contratadas para um trabalho e para algumas semanas subsequentes, declarou ele.
As emendas do projeto de lei também propõem penalidades para qualquer publicidade que possa ser vista como incentivo à magreza extrema, em especial sites pró-anorexia que glamurizam estilos de vida prejudiciais à saúde.
Em 2007, Isabelle Caro, ex-modelo francesa anoréxica de 28 anos, morreu depois de posar para uma campanha de fotos concebida para conscientizar as pessoas sobre a doença.
Entre 30 e 40 mil pessoas sofrem de anorexia na França, a maioria adolescentes, disse Veran, que é médico.
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