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Alexander McQueen é homenageado em Londres

14/03/2015 00:00

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Centenas de peças espetaculares desenhadas pelo estilista britânico Alexander McQueen, que se enforcou em 2011 aos 40 anos, integram uma grande exposição em sua cidade, Londres, no grande museu Victoria and Albert.

Já foram vendidas mais de 70.000 entradas para esta exposição, batizada de "Beleza selvagem". A partir deste sábado, os visitantes poderão conhecer as 240 peças que ajudaram a definir o estilo diferente e em muitas ocasiões estranho de McQueen, na maior exposição de moda que já aconteceu no museu.

A curadora da exposição, Claire Wilcox, descreve McQueen como "Um dos estilistas mais influentes de sua geração, que impactou com seus desfiles espetaculares e poderosos". A mostra, segundo ela, é um reflexo de sua "Complexa narrativa, trabalho artesanal do mais alto nível", e sua obsessão romântica com a natureza.

Louise Rytter, pesquisadora assistente do Victoria and Albert, explica que McQueen era um ávido consumidor de documentários sobre a natureza, o que se reflete no uso de animias em suas peças, desde pluma de faisão e ganso até cascos, cabeças de crocodilos e galhadas.

O lado selvagem de sua própria personalidade, recentemente descoberto em uma polêmica biografia, se expressa em uma sala cheia de manequins com máscaras de couro e vestidos gótico-vitorianos.

Inspiração para estilistas

A visão de McQueen da moda como uma forma expressiva e sua exploração de temas históricos e políticos levaram Rytter a dizer que ele pode ser classificado como um "artista no sentido mais verdadeiro".

"Introduziu tantos elementos do mundo da arte", diz Rytter, acrescentando que ele e seus colaboradores do movimento Arte Jovem Britânica (Young British Art) contribuíram para levar a cultura dominante britânica para era moderna.

Sua sensibilidade política e histórica pode ser apreciada em uma sala em que uma fila de manequins com o kilt, famosa saia escocesa fruto de seu orgulho pelas raízes familiares, estão cara a cara com um conjunto de vestidos império em vermelho, branco e dourado, com plumas, peles e joias.

A sala lembra seu desfile de 1995 "Highland Rape", "o estupro das Terras Altas" da Escócia, que explorou os maus tratos dados historicamente à esta região pelos governantes ingleses e que contribuiu para aumentar sua fama de "enfant terrible".

Como reflexo de seu amor pelo macabro, un gabinete de curiosidades mostra dezenas de roupas e acessórios extravagantes.

Na parte mais impressionante, a modelo e amiga Kate Moss aparece como um holograma gigante vestida com um de seus etéreos vestidos brancos de plumas.

Jaana Jatyri, especialista em tendências de moda e uma das primeiras a visitar a exposição, disse que a mostra vai aumentar a lenda em torno de McQueen.

"Foi uma inspiração para os consumidores de moda e também para os estilistas", disse. "Ressucitará, tenho certeza, graças à esta exposição".

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