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Cai número de transplantes de órgãos no Brasil

17/07/2015 00:00

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O número de transplantes de órgãos no Brasil está um pouco menor do que no ano passado. Porém, um caso em Porto Alegre mostra que as famílias poderiam ajudar a salvar muitas vidas. Numa única doação, cinco pessoas receberam vários órgãos e já começam a viver melhor.

 

Em um vídeo gravado uma semana antes do transplante, João Francisco Campelo tenta subir escadas com ajuda de um respirador artificial. Há três meses, ele ganhou novos pulmões. Muita coisa mudou, como a convivência com o filho. “Antes eu não conseguia pegar ele no colo, não conseguia jogar bola”.


Na última década, o número de transplantes no Brasil quase dobrou. No ano passado, foram mais de 23 mil procedimentos. Nesta quarta-feira, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre realizou cinco transplantes ao mesmo tempo - de coração, fígado, pulmão, pâncreas e rins – que duraram 20 horas. Os órgãos vieram da mesma doadora. Para realizar as cinco cirurgias ao mesmo tempo, foram necessários 60 profissionais, como médicos e enfermeiros.


“Tem que ter uma agilidade muito grande senão a gente perde entre aspas o prazo de validade dos órgãos que é o tempo que ficam na solução de preservação e ainda podem ser utilizados”, explicou Roberto Mandro, coordenador de transplantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.


A esposa e o filho do paciente que recebeu os pulmões agradecem à família do doador. “Eles fizeram um gesto maravilhoso, salvaram o amor da minha vida”, agradeceu a esposa do paciente, Margarte Espinlei.


Ao contrário deste caso, quase metade das famílias não permitem a doação. Tanto que, neste ano, o número de transplantes está um pouco mais baixo em relação ao ano passado. Outro problema é a falta de estrutura em algumas regiões do país. “Muitas vezes existe doação em locais em que a estrutura hospitalar não permite que o paciente fique esperando nessa localização e isso implica em deslocamentos maiores, menos doações e perda de órgãos”, explica o cardiologista Orlando Wender.


Há 20 anos, o pastor Sérgio França enxerga com as córneas de um doador. Até hoje, ele trabalha e mantém seu hábito favorito, a leitura. “Sou grato a essa família e a Deus por ter colocado no coração dessas pessoas essa generosidade de poder compartilhar com os outros parte da vida dos seus entes queridos”.

 

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