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Clima seco afeta saúde dos paulistanos; veja como minimizar problema

12/08/2015 00:00

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Sem chuvas há 18 dias, São Paulo enfrenta um período quase tão seco quanto o registrado entre abril e maio de 2014, quando nenhuma precipitação foi registrada na capital por 22 dias e o volume morto do Sistema Cantareira começou a ser utilizado.

Além de preocupar por causa da crise hídrica, o tempo seco prejudica a qualidade de vida e a saúde dos habitantes da metrópole, aumentando a incidência de doenças respiratórias e oftalmológicas.

O pneumologista Alexandre Kawassaki, do Hospital Nove de Julho, explica que, neste período, as partículas de poluição ficam mais tempo no ar e são menores, chegando a lugares mais distantes do que normalmente. “Quando o tempo está úmido, elas são maiores e o organismo consegue combatê-las melhor”, afirma.

O médico diz que o primeiro local do corpo a ser afetado pela poluição é o que a pessoa tem mais sensibilidade. Ser ela tiver rinite, o nariz será o primeiro apresentar problemas; em caso de bronquite ou asma, o pulmão será mais afetado.

Para quem não alergia crônica, Kawassaki recomenda que um profissional de saúde seja procurado caso os sintomas demorem mais tempo para passar do que uma gripe ou resfriado normal, com falta de ar.

Se a pessoa nunca teve problemas com o tempo seco, mas está sofrendo com o clima, é hora de ir a um especialista. “A primeira vez sempre válida”, reforça o pneumologista.

A principal dica do médico para combater os problemas é bem conhecida: manter-se hidratado, bebendo bastante água. “Com as mucosas mais úmidas, é mais fácil para o corpo combater as partículas que causam alergia”, justifica. “Também é bom evitar atividades físicas no horário de pico”. Além disso, ele recomenda que, caso possível, sejam usados umidificadores em ambientes fechados, mesmo que o aquecedor ou ar-condicionado já esteja ligado.

De acordo com o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, os olhos também são afetados com a secura do ar porque a mucosa que os reveste é a mesma do nariz.

“Por isso quem é alérgico e tem rinite, por exemplo, também costuma apresentar problemas nos olhos com o tempo seco, que prejudica o canal lacrimal, responsável por lubrificar o olho pra protegê-lo”, explica.

Para minimizar o problema podem ser usados colírios específicos, mas a automedicação é desaconselhada pelo especialista, porque alguns produtos tem conservantes que podem irritar mais os olhos.

O ressecamento dos olhos, associado à gripe ou resfriado, dobra o risco de contrair conjuntivite viral, que se espalha facilmente. Queiroz Neto alerta que alguns dos maiores veículos de contaminação da doença são os teclados de computador, mouse e interruptores de luz, assim como carrinhos de supermercado e balcões de lojas.

Como nem sempre o álcool usado para limpas estes objetos elimina o vírus, a dica so médico para evitar o contágio é lavar as mãos com frequência, principalmente depois de usar objetos que foram manuseados por outras pessoas.

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