Dar à luz dentro de um avião, a 9 mil metros de altura, é com certeza um cenário aterrorizante para muitas gestantes, mas foi exatamente o que aconteceu com uma taiwanesa na semana passada. Amparada pelas aeromoças e um médico que estava a bordo da aeronave, que deixou Bali (Indonésia) em direção a Los Angeles (EUA), a mulher conseguiu ter o bebê sem grandes problemas e ambos passam bem, após o avião ter pousado no Alasca e a dupla ser levada a um hospital.
Para a ginecologista e obstetra Natália Tannous, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim, a criança teve "muita sorte", porque o parto foi prematuro - o bebê nasceu com 32 semanas, oito antes do previsto.
A médica afirma que o problema não é o voo em si, mas o risco de ficar tanto tempo dentro da aeronave, longe de qualquer recurso hospitalar.
"O avião não desencadeia nenhum problema, não favorece nada. A grande questão é acontecer alguma coisa nas alturas, e ocorrer a perda de um bebê que teria viabilidade para nascer se estivesse em uma maternidade ou hospital", explica.
Por isso, a ginecologista lembra que muitas companhias aéreas exigem um atestado médico a partir das 28 semanas de gestação, que foi apresentado no caso da taiwanesa. "Quanto mais você se aproxima do final da gravidez, mais chance tem de entrar em trabalho de parto por causa de alguma intercorrência", diz.
Nascida em uma aeronave da China Airilines, ainda não foi divulgada a nacionalidade da criança, que foi dada à luz no espaço aéreo americano.
Segundo a ONU (Organização das Nacões Unidas), um bebê que nasça em voo tem a cidadania do país onde o avião está registrado. Além disso, outros países indicam que a cidade de desembarque da criança pela primeira vez se torna o local de nascimento.
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