A taxa de mortalidade por tuberculose caiu 42% na comparação com os índices de 1990. Este é o principal resultado de um levantamento divulgado na quarta-feira (28) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda assim, 1,5 milhão de pessoas morreram pela doença no ano passado, 890 mil homens, 480 mil mulheres e 140 mil crianças, sendo que 400 mil eram HIV-positivos.
Ao lado da aids, a tuberculose é uma das principais causas de mortes no mundo. As mortes por HIV em 2014 estão estimadas em 1,2 milhão, que inclui as 400 mil também por tuberculose. A Organização Mundial da Saúde calcula que 9,6 milhões de pessoas tiveram a doença no ano passado, sendo que 12% desses novos casos foram registrados em pacientes com HIV.
Por dia, 4,4 mil pessoas morrem de tuberculose, o que para a Organização Mundial da Saúde é "inaceitável", uma vez que é possível diagnosticar e curar os pacientes. De acordo com o relatório, para reduzir a incidência da doença é necessário corrigir as deficiências na detecção e tratamento, melhorar o financiamento e investir em pesquisas para desenvolver novos diagnósticos, medicamentos e vacinas.
Mais da metade dos casos ocorrem em cinco países: China, Índia, Indonésia, Nigéria e no Paquistão. Entre os novos casos, 3,3% dos pacientes têm resistência aos medicamentos para curar a tuberculose.
Entre os avanços, 43 países reportaram a cura em mais de 75% dos pacientes. A Organização Mundial da Saúde registra melhorias no tratamento, com 77% das pessoas com tuberculose e HIV recebendo antirretrovirais. Entre os pacientes com aids, 1 milhão recebem terapia preventiva contra a tuberculose, um aumento de 60% na comparação com 2013.
Muitos desses avanços foram alcançados a partir do ano 2000, quando foram implementados os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. A incidência mundial da tuberculose teve queda de 1,5% por ano desde 2000, e 18% no total.
Diagnóstico e tratamento salvaram 43 milhões
Uma das metas era diminuir pela metade a incidência de tuberculose e do número de mortes, objetivo alcançado em vários países com o maior número de casos, incluindo o Brasil, a China, Índia e Uganda. Segundo a Organização Mundial da Saúde, diagnóstico e tratamentos eficientes ajudaram a salvar 43 milhões de vidas nos últimos 15 anos.
Na avaliação da Organização Mundial da Saúde, o financiamento ainda é curto. Dos US$ 8 bilhões necessários para detecção e tratamento, apenas US$ 1,4 bilhão foram alcançados. Segundo a agência, são necessários mais US$ 1,3 bilhão para o desenvolvimento de novos diagnósticos, remédios e vacinas.
A Organização Mundial da Saúde lembra que acabar com a epidemia de tuberculose é agora parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis e que os países-membros das Nações Unidas adotaram uma estratégia que visa reduzir a incidência de casos de tuberculose em 80% e das mortes em 90% até 2030. Por isso, mais investimentos são necessários para a acabar com essa "ameaça global" e reduzir os custos para as famílias.
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