Com a volta às aulas, programada para o dia 1º de fevereiro na maioria das escolas do país, um dado importante preocupa o Sindicato dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais no Estado do Rio de Janeiro (Sinfito-RJ): o excesso de peso nas mochilas carregadas pelos alunos.
"É um problema que preocupa, porque o excesso de peso do material escolar tem dificultado a questão da saúde da coluna", afirmou o diretor do Sinfito-RJ, Júlio Guilherme. Segundo ele, é frequente uma criança carregar, às vezes, até dez quilos de material escolar.
O diretor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Rio de Janeiro (Sbot-RJ), Marcos Britto, informou que mochilas pesadas podem gerar nas crianças e adolescentes dores musculares e nas articulações, no pescoço e nos ombros. Para Júlio Guilherme, manter o excesso de peso no longo prazo pode causar problemas posturais.
Marcos Britto esclareceu que o peso da mochila não causa escoliose, que é um desvio da coluna vertebral. "Escoliose é um problema estrutural. Peso não provoca escoliose", disse Britto. Segundo ele, como a mochila pesada dá dor nas costas, é importante distribuir o peso, especialmente para crianças, evitando ultrapassar 15% do peso corporal.
O ideal, recomendou Júlio Guilherme, é que o peso total não ultrapasse 10% da massa corporal da criança. Até 15%, significa que, se uma criança pesa 50 quilos, a mochila deverá pesar entre cinco e 7,5 quilos.
Recomendações
Para crianças acostumadas com mochilas acima do peso, a recomendação do diretor do Sinfito-RJ são alongamentos e trabalho de reeducação postural, de modo que a musculatura consiga suportar maior carga. Outra dica é manter a postura reta.
Júlio Guilherme acrescentou que, além do excesso de peso do material escolar, também podem contribuir para desvios de postura a forma de sentar, altura da carteira escolar e atividades com computador.
De acordo com o ortopedista Marcos Britto, é importante a escolha da mochila, que deve ser acolchoada, ter duas alças largas para os ombros e tiras abdominais que a mantenham próxima ao corpo. "Interessante é a opção com rodinhas."
Britto se referiu ainda ao comprimento da mochila. "Ela não pode ficar abaixo da nádega, mas terminar pelo menos uns cinco centímetros acima. A mochila tem de ser proporcional ao tamanho da criança", alerta o diretor da Sbot-RJ, concluindo que as com apenas uma alça, do tipo "carteiro", são recomendadas apenas para carregar pouco peso.
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