gplus
   

Autismo ainda é motivo de preconceito em escolas

02/04/2016 00:00

Confira Também

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é comemorado neste sábado, dia 2 de abril. No entanto, a data ainda é sinônimo de muita luta para as famílias. O Portal da Band conversou com familiares de crianças que nasceram autistas para saber quais foram as mudanças na vida dos filhos, principalmente após a criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência, em vigor desde janeiro deste ano.

A atendente de consultório médico de Edinéa Albini, de 42 anos, critica, principalmente, as escolas que, ou cobram a mais para matricular as crianças ou não aceitam deficientes. 


Foi o que ela viveu ao tentar inscrever os dois filhos em uma instituição de ensino que considerava um “sonho de consumo”. João Victor da Silveira Albini, de 5 anos, filho de Edinéa, foi recusado em uma unidade, diferente da filha, que foi aceita facilmente por não ser autista. 

Homem dedica tempo para cuidar de criança autista

“Disseram que não poderiam aceitá-lo, mas que a minha filha seria muito bem-vinda. Também falaram que ele não conseguiria atingir a média escolar e isso sem ao menos conhecê-lo”, explicou a atendente. 

Sobre a cobrança ilegal para o filho receber cuidados especiais, Edinéa explica que essa prática ainda é comum. “Há muito tempo algumas escolas vem cobrando ilegalmente. Conheço várias mães que já relataram essa experiência”, contou. 

Atualmente, João está matriculado em outra unidade de ensino, onde, segundo a mãe, foi recebido de braços abertos e é amado por todos.

“Ainda estou no pé da escola que recusou a vaga do João. Eles me disseram que não tinham estrutura para aceitá-lo e nem profissionais para pagar, ou seja, não querem crianças especiais, pois acham que darão muito trabalho”, criticou.

Para ela, a educação deixa muito a desejar quando o assunto é inclusão. “Esse tema precisa ser respeitado, a sociedade fecha os olhos quando se trata de uma criança deficiente”, finalizou. 

Aceitação
 

O publicitário Guilherme Loureiro, de 34 anos, pai de Pedro, de 6, diz que a situação ocorreu ao contrário. “Tem gente que nem percebe que ele é mesmo autista, então as coisas são um pouco mais fáceis para nós, pais, mas existe uma ansiedade por nossa parte, que se chama aceitação. Será que meu filho será aceito? Será que ele vai ter amigos? Será que vão achá-lo estranho? E por aí vai”.

guilherme e pedro
Publicitário passeando com o filhoArquivo pessoal 


Guilherme nunca teve problemas para matricular o filho nas escolas. Para ele, o assunto se tornou mais popular com o tempo. “Hoje, na mídia, tem muito mais gente falando sobre isso e mostrando que, na verdade, até você p