O crescimento de casos de caxumba é comum nas estações mais frias do ano. Segundo dados divulgados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretária Estadual de Saúde nesta semana, o número de surtos de caxumba registrados no estado de São Paulo neste ano é o maior desde 2008. Até o dia 16 de junho, quando foi publicado o último levantamento, foram contabilizados 842 casos. Durante todo o ano de 2008, a soma de registros foi de 3.394.
De acordo com a infectologista, Ligia Pierrotti, o clima do inverno facilita a propagação do vírus. “A queda das temperaturas faz com que as pessoas fiquem mais tempo em salas, escritórios e casas fechadas, o que facilita a transmissão do vírus – ainda mais em locais com aglomeração de pessoas, como no transporte público”, disse em entrevista ao Portal da Band.
A médica, no entanto, alerta que o crescimento dos casos se deve ao grande número de pessoas que não se vacinaram e que, por isso, estão suscetíveis à doença. “As pessoas que não foram imunizadas devem tomar a vacina, principalmente se tiverem contato com alguém que está com caxumba. Isso ajuda evitar que novos casos apareçam”, afirmou.
Segundo o Ministério da Saúde, falta reforço na vacinação da caxumba: a maioria dos jovens e adultos dessa geração recebeu apenas uma das duas doses indicadas. Ainda de acordo com o órgão, o perfil dos infectados também mudou. Agora a doença atinge adolescentes e adultos ao invés de crianças e bebês.
Em março deste ano, a estudante Larissa Guiselini, de 23 anos, teve caxumba, que se manifestou do lado direto de seu rosto. Ela conta que nenhum parente ou amigo próximo estava com a doença. “Tomei a vacina quando criança e minha recuperação foi rápida – fiquei exatamente uma semana de repouso em casa. Além disso, não sofri muito com os sintomas: além do inchaço, só senti um pouco de dor. Não tive febre, como é bastante comum”, disse a jovem.
Sintomas
O sintoma mais comum de caxumba é a inflamação da glândula parótida e de outras glândulas salivares que foram infectadas, que vem acompanhado de dores de inchaço – aspecto aumentado da região do pescoço. Além disso, dores musculares e ao engolir, febre e mal-estar podem ser indícios da doença.
Prevenção e cuidados
A única e eficaz forma de prevenção da caxumba é a vacina (aplicada em duas doses), que faz parte do Calendário Básico de Vacinação. Em geral, está associada às vacinas contra sarampo e rubéola (Vacina Tríplice Viral), mas também pode ser aplicada isoladamente.
Na rotina do Programa Nacional de Imunização (PNI) para a vacinação infantil, a primeira dose da vacina deve ser tomada aos 12 meses de idade e a segunda aos 15 meses – quando é utilizada a vacina combinada à quádrupla viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Para crianças, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI) recomendam a primeira dose aos 12 meses e a segunda entre um ano e três meses e dois anos de idade. Crianças mais velhas, adolescentes e adultos que não foram imunizados também devem tomar as duas doses da vacina – com intervalo de um