Ervilha, grão-de-bico ou soja? Com o preço do feijão assustando o Brasil, todo mundo se pergunta se há uma alternativa ao cereal mais amado do país sem perder em sabor e em nutrientes.
A resposta agrada em tempos de crise: sim, há sempre uma maneira para variar o cardápio sem sacrificar a saúde, o bolso e o gosto das refeições.
O feijão é uma rica fonte de ferro, proteína e carboidrato e pode ser substituído, segundo a nutróloga Ana Luisa Vilela Barbosa, em entrevista ao BandNews TV, por lentilha e grão-de-bico, sendo que o primeiro pode ser cozinhado e consumido com arroz e o segundo feito como salada.
Além disso, é possível usar o feijão preto ou branco, já que o carioca, muito consumido em São Paulo e Minas Gerais, foi o que mais sofreu com a inflação. A carne vermelha, a alface e a couve também são opções ricas em ferro.
Já o nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, Durval Ribas Filho, contou à Rádio Estadão que é possível substituir o feijão por soja. "Quando se fala em leguminosas, a gente lembra das ervilhas, por exemplo, do grão de bico, da soja, e da lentilha. Mas eu diria que, de todos, substituir pela soja é o ideal, porque ela é um vegetal semelhante ao feijão, tem até uma quantidade maior de aminoácidos e, nutricionalmente, é uma ótima indicação", aponta Durval. O médico, no entanto, sugeriu que a população volte a consumir o feijão quando os preços ficarem mais acessíveis.
Ana Luisa alerta ainda que para fazer uma boa refeição o ideal é montar um prato com proteína, carboidrato e fibra. “Ter sempre uma alimentação colorida. Quanto mais colorida, mais saudável é”, explicou.
E por que está tão caro?
O preço do feijão disparou por causa do clima. Choveu muito no início do ano, época do plantio. Depois, houve seca e, mais recentemente, geadas atrapalharam a produção. O Paraná é o principal produtor do feijão carioca, a variedade mais consumida.
A quebra de safra da leguminosa tem feito o tradicional alimento das famílias brasileiras se tornar vilão da inflação. O resultado está nas gôndolas e nas feiras. Para ter uma ideia, o quilo do feijão carioca ficou 41,78% mais caro em junho.
A "esperança" para a dinâmica de preços seria a terceira safra, que está sendo plantada. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) já projeta uma queda de 2,2% na produção da terceira safra em relação a 2015, mas não dá para contar muito com ela porque responde por apenas 14,9% da produção anual.
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