Sou réu confesso, por mim não iria nem amarrado há uma balada sertaneja, a música não me agrada, e eu não sou fã de filas, lugares extremamente lotados e bebidas caras. Mas também não sou cego, sem sombra de dúvidas o estilo do momento é o tal Sertanejo Universitário.
Então resolvi me engajar em uma busca sem fim para buscar argumentações para me convencer - e quem sabe convencer vocês - a irem curtir uma farra no Sertanejão. E para me ajudar nessa empreitada eu resolvi bater um papo com dois grandes amigos meus.
Primeiramente falei com a fera Victor Anzolin - vulgo Areia -, velho conhecido dos bueiros da Rua Augusta e da Rua 13 de Maio, rocker de carterinha, roadie de primeira e que hoje, por conta de tramoias do destino, trabalha com a dupla sertaneja Hugo e Thiago.
Mas engana-se quem pensa que o seu mais novo trabalho é um estorvo para nosso querido Areia, questionado sobre como ele encara as baladas sertanejas, Victor afirmou que: “agora que estou nesse meio, vejo o quanto sertanejo está em alta no Brasil: cachês milionários, músicas estouradas nas rádios do país inteiro. O lance das músicas falarem muito de mulher e bebida atrai bastante o público. Então chega sexta à noite e o cara que está afim de pegar umas minas vai colar na balada sertaneja porque ele sabe que é tiro certo, 80% do público é feminino, sem contar que só têm mina top. Na maioria dos shows eu tenho que me concentrar muito pra não desviar a atenção do trabalho de palco para o público”.
Mas - obviamente - além das mulheres há outros fatores que chamam a atenção dos homens que frequentam as baladas sertanejas, e para falar um pouco mais sobre isso eu resolvi bater um papo com meu grande amigo Carlos Colla, dançarino profissional e membro fundador do Clube do Sertanejo, além de professor na Academia Stylo Country, a academia mais famosa dentro do circuito.
Perguntado sobre qual outro motivo - além das mulheres - nós homens deveríamos levar em consideração na hora de optar por uma balada sertaneja, Carlos foi enfático: “se for um cara que dança outros ritmos, seria fácil, afinal é uma dança de salão, onde dançamos cavalheiro e dama e em um salão, então a aproximação com as mulheres é automática. E para aquele cara que não dança, eu diria para ele dar uma chance de conhecer lugares descontraídos e frequentados por gente bonita que é o perfil, hoje, das baladas sertanejas”.
Mas, nem tudo são mil maravilhas, ainda segundo Victor a única coisa que o decepciona nas baladas sertanejas é a falta de cavalheirismo e excesso de molecagem por parte dos frequentadores: “sempre nos finais dessas baladas, quando o povo está muito alterado, eu vejo os caras tentando pegar as minas a força, puxando pelo braço, segurando rosto pra beijar. Algumas minas conseguem fugir, mas há outras que acabam cedendo por não ter o que fazer”.
Porém, Carlos é categórico: “tenho vários amigos que vão para a balada sertaneja porque as músicas são pra cima e descontraídas, e para dançar. Toda mulher gosta de dançar, não é diferente com as que gostam de sertanejo, então isso atrai os homens a esses lugares”.
Para ser honesto eu ainda não sei se toparia a experiência de curtir uma balada sertaneja. Entretanto, se você for um pé de valsa, vá sem medo, pois saiba que o seu approach com a mulherada está mais que garantido. Se você não é fã do ritmo, mas gosta de festas e gente bonita, também vale a experiência, desde que você não se importe em gastar uma grana a mais. Contudo se você for ranzinza e torce o nariz para o som, não vá nem morto, porque provavelmente você ira se arrepender de cada centavo gasto.
Sobre Marcel Costa
Amante do bar, da música e da literatura. Mais retardado que fantástico.
Toca tão mal quanto escreve. Acredita que no final do dia é tudo por ela.
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