Sinônimo de masculinidade é ir no bar e entornar o caneco. Se for na balada, o negócio é descer aquela garrafa de vodca acompanhada de dezenas de energéticos e uma tocha para chamar atenção. O dono da festa se acha no topo do mundo.
Quem não participa, sente inveja. Daí para frente a coragem só aumenta. E a vergonha alheia também. A explicação para a pagação de mico pode ser encontrada no cérebro de quem bebe. “Do ponto de vista neuroquímico, o álcool é um depressor do sistema nervoso central. A aparente desinibição da pessoa que está levemente alcoolizada acontece porque a substância atua nos centros de controle inibitório cerebrais”, explica o médico psicanalista Mário Louzã, coordenador do projeto Déficit de Atenção do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas. “Com o alcool agindo como um bloqueador da inibição individual, há uma liberação que se manifesta nos comportamentos mais extrovertidos”, comenta o especialista.
Essa reação no organismo ajuda a revelar e amplificar uma característica que a pessoa tende a suprimir em sua vida, como conta a psicodramatista formada pela PUC/SOSPS Miriam Barros. “É por isso que pessoas mais recatadas tendem a tornarem-se extrovertidas ou agressivas, choronas, etc. Já é uma característica pessoal. O álcool revela e maximiza a ponto da pessoa ficar irreconhecível. Ela perde o controle”, avisa.
Mas o que a mulherada pensa de quem toma todas e parte para o ataque, sem considerar um possível papelão? Vamos descobrir.
Para responder a essa pergunta, reunimos um time de beldades que vai fazer muito marmanjo reconsiderar o comportamento no boteco mais próximo. E elas não pouparam detalhes. É ler e torcer para não se enquadrar nos perfis abaixo e, quem sabe, ganhar pontos com essa mulherada.
O amigão
Para a advogada curitibana Mariana Galleas (@marigalleas, no twitter), de 25 anos, esse é o principal e mais chato de todos. “O cara quer se enturmar nos assuntos dos meus amigos, comenta, e ri de tudo. Acha que tem liçenca poética para dar a opinião – muitas vezes dispensável – dele. Tenta conquistar pelos amigos. Segue a mulher por todos os lados e geralmente é muito ignorado”, conta a loira de corpo escultural com 1,80 de altura. Normalmente, o bêbado amigão se acha íntimo de seu alvo, como aponta a publicitária Fernanda Sepulbeda (@fesepulbeda), 22. “O cara já vem enroscando o dedo suado no cabelo, encostando no braço, vem pegando, chegando perto com aquele bafo de cachaça”, reclama. Fernanda disse também que quando elas perdem a paciência e assumem uma postura mais rígida, o bêbado se torna…
O encrenqueiro
Ele não aceita o fora. Quando encontra com outro bêbado, quer arrumar confusão. O orgulho ferido fala mais alto e o clima fica pesado. Alguns até trocam ofensas com o sexo oposto. Uma pena. “O cara bebe meio copo de vodca e se acha o engraçadão. Quer socializar de maneira errada com mulheres bem resolvidas, falha no tom e não aceita o toco. Amigo, seu target é uma mulher igualmente bêbada”, retruca sem dó a produtora de TV Fernanda Pineda (@loverox), 23. “E nem adianta pedir desculpa depois! Isso só piora a situação”, completa Sepulbeda. “Isso quando ele não dá xilique porque não damos a devida atenção”, insere Galleas.
O papo ficava divertido a cada descrição, quando surge um novo perfil
O Eike Batista
“Homem tá mal acostumado, acha que mulher se compra. Daí bebe e quer pagar uma bebida, pagar o taxi, pagar a gasolina do carro, a fatura do meu cartão de crédito…”, solta a publicitária Fê, como pede para ser chamada durante a conversa.
Já para a analista de Social Media de 23 anos Vivian Freitas (@vihfreitas), existe um tipo que seria o divisor de águas dos homens bêbados.
O exagerado, jogado aos seus pés
“sabe quando vc tá numa mesa com amigos e o bebado da outra mesa começa a falar tão alto que vc não escuta nada além dele? Ele precisa ser o centro das atenções. Geralmente, quando é um amigo, até fica engraçado. Dá para rir da pagação de mico. Mas se for um estranho, é quase deprimente”, exemplifica Vivian. Isso também se reflete na sede do bêbado. “Costumo dizer que o cara exagerado entra na etapa do ‘não tô entendendo mais nada, então vou beber mais ainda’”, diverte-se a jornalista de 21 anos Isadora Almeida, que não para por aí.
“Para mim, são fases. Existe a fase do cara que se acha legal pra caramba, o que não pode ver um celular na frente, o chorão, o poliglota, o de lavar a roupa suja e quer brigar sobre coisas antigas, o que pensa estar no sofa da Hebe e abre seu coração. Depois vem cuspindo e babando, derruba a bebida, um horror”, finaliza a jornalista.
Faltou mencionar o tipo que vomita, mas todas foram unânimes em desconsiderar qualquer aproximação dessa categoria. O melhor mesmo é deixar para beber só em dias de jogos na televisão e guardar a abusar da criatividade na hora de flertar. Claro, com uma dose dupla de sobriedade. Sem gelo!