Saia do ninho Chegou mesmo a hora de conquistar o próprio espaço ou é melhor continuar sob a asa da mãe? gplus
   

Saia do ninho

Chegou mesmo a hora de conquistar o próprio espaço ou é melhor continuar sob a asa da mãe?

Confira Também

Você cresceu e amadureceu e, assim como todo bom pássaro, quer esticar as asinhas e voar para outros galhos. E sair de casa não é tão fácil quanto parece. Mas também não é tão difícil quanto dizem. É possível - finalmente - cortar o cordão umbilical, arregaçar as mangas e lavar as próprias cuecas no tanque da lavanderia. Claro que esse é só um dos preços que se paga pela independência. E vale muito a pena.

Fundando o próprio galinheiro

Já diz o ditado que só existe um galo no galinheiro. Ou seja, debaixo do seu próprio teto, quem manda é você. E, claro, aproveitando o exemplo, a primeira coisa que se pensa quando começa uma carreira solo é encher o covil de galinhas, correto? Então, se isso já passa pela sua mente, considere alugar ou comprar uma casa e não um apartamento. "O ideal para pessoas que vivem sozinhas é optar por um apartamento, mais por conta da segurança, mesmo que hajam custos maiores. Porém, essa opção não é aconselhada para quem é muito festeiro, que goste de receber amigos para festas constantes, ou a reclamação dos vizinhos também será constante", explica a personal organizer Eliete Teixeira, da 'Organize-se'.

 A consultora em organização conta ainda que algumas pessoas não conseguem ficar sozinhas, precisam conversar, se relacionar. "Neste caso, morar com pessoas da mesma idade pode ser bom, mas deve-se sempre colocar na balança os prós e os contras da atitude a ser tomada". É preciso também deixar bem específico no início da parceria quais são os custos de cada lado para que não haja conflito ao longo da moradia. 


Para o publicitário Renato Camargo, 25, que recentemente saiu de casa para morar com alguns amigos, organizar as contas e relacionar as tarefas são as grandes dificuldades. "Controlar as despesas da casa, organizar e limpar tudo, não ter mais a comida da mamãe e ter que botar a mão na massa quando quer comer em casa. Resolver todo e qualquer problema da casa, que você não prestava atenção e sequer sabia que podiam aparecer, como utensílios domésticos que quebram e precisam ser repostos, arrumar o que está fora do lugar, independente de ter sido você ou não que tenha desarrumado e controlar itens do dia-a-dia da casa, como produtos de limpeza, papel higiênico, coisas para complementar sua alimentação, entre outros itens que você só lembra quando acaba faltando bem na hora que você precisa (o que na casa dos pais é muito menos recorrente)", exemplifica em detalhes. 

O jovem, que se mudou porque precisava de privacidade maior do que a que tinha morando com seus pais, mesmo tendo, segundo ele, toda a liberdade para fazer o que quisesse, quando quisesse e como quisesse, considera vital e muito evolutivo essa nova fase de sua vida. "Eu, assim como a maioria das pessoas na minha idade, estava na fase de maior dedicação ao trabalho, busca por resultados melhores. Precisa despender maior tempo e na casa dos pais, sempre tem muitas distrações. Desde aquela entrada no seu quarto e/ou escritório, só pra te cobrar de arrumar algo que havia sido pedido até aquele lanche e suco, feitos na maior boa vontade, mas que naquele momento está te interrompendo quando você mais precisava de concentração", justifica. Outro quesito, no caso de Renato, foi também a distância de casa ao trabalho. "Me mudei para um local onde evitava preciosas horas de trânsito, que melhorou muito a minha qualidade de vida". 


Domínio total sobre o campo de guerra

Um dos fatores que pode derrubar o seu palácio é a falta de planejamento. "Por mais que você se planeje, faça cálculos e cálculos de quanto você vai gastar, acreditando fielmente que lembrou de todos os detalhes, você sempre vai gastar mais do que imaginou. Eu mesmo, que fazia muitas dessas coisas em casa e ajudava a controlar as despesas (o que me deu uma bela noção de custo de vida), errei no valor final", adiciona o publicitário. Para não cair nessa cilada e prever - ou pelo menos tentar - uma média de gastos, a personal organizer Eliete sugere algumas dicas:

- Organização é tudo. Manter uma rotina básica de limpeza e higiene é altamente aconselhável. Afinal, já que estou sozinho, sou o único responsável pelo ambiente em que vivo;
- Aprenda a fazer as tarefass básicas do lar: passar, cozinhar, lavar etc., afinal será apenas para você;
- Contrate uma diarista para trabalhar um dia por semana, ela saberá fazer o trabalho mais pesado, no dia a dia será necessário apenas a manutenção;
- Por economia a médio prazo, o melhor é investir em eletroeletrônicos, sem dúvida. A não ser que não tenha realmente tempo para estas atividades;
- Tenha sempre em mente a praticidade: no caso das roupas, procure deixar sempre a mão as que serão mais utilizadas;  
- Na cozinha crie o hábito de "usar - lavar - guardar", evitando acúmulo de louças e panelas na pia;
- O ideal, para pessoas que nunca moraram sozinhas, é procurar profissionais de organização. Garanto que elas serão seu anjo da guarda, organizando e instruindo a como manter seu ambiente organizado, vale o investimento.