Celular, o estraga-prazeres Pesquisa britânica revela que a mera presença do aparelho pode afetar drasticamente a impressão que você tem do outro gplus
   

Celular, o estraga-prazeres

Pesquisa britânica revela que a mera presença do aparelho pode afetar drasticamente a impressão que você tem do outro

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Em tempos de FIFA 12 e Asphalt 6, é compreensível que você queira tagarelar com seu novo iPhone até na mesa do jantar. Porém, uma nova pesquisa sugere nem é preciso dar atenção ao seu smartphone para azedar a relação com a gatinha. Na verdade, o simples fato de deixar o celular à mostra num encontro pode causar danos ao relacionamento. Acha um exagero? Então descubra agora por que você realmente deveria cogitar a possibilidade de deixar o telefone no bolso no próximo encontro.
 
Publicado pela Scientific American, um estudo realizado pelos pesquisadores Andrew K. Przybylski e Netta Weinstein da Universidade de Essex, no Reino Unido, garante que a mera presença do celular pode afetar as conexões interpessoais. Num dos experimentos, eles reuniram dois estranhos numa cabine fechada e pediram que discutissem algum assunto íntimo (algo que havia acontecido no mês passado, por exemplo) por dez minutos. 

As duplas ficaram sentadas frente a frente em banco que traziam uma mesa lateral, onde os cientistas colocaram diversos aparelhos por par, entre notebooks e celulares. Depois do papo, os voluntários completaram questionários sobre a proximidade que experimentaram diante do novo colega. Os resultados mostraram que, em média, as pessoas que não tinham celulares por perto se sentiram mais íntimas e conectadas ao estranho que acabaram de conversar. 

Diante da conclusão, Przybylski e Weinstein decidiram realizar um teste um pouco diferente. 
Eles seguiram os mesmos padrões do experimento anterior, porém dessa vez os participantes tiveram que discutir um tópico casual (suas opiniões sobre brinquedos de plástico) alem de um assunto importante (seus eventos mais importantes em 2011). Ao discutir um tópico importante, a presença do telefone não apresentou efeitos adversos sobre os voluntários. Porém, quando o celular estava por perto de uma dupla que conversava a respeito de um tema sério, os indivíduos confiavam menos em seus colegas, sentindo até certa antipatia por parte deles. 

“Por outro lado, interagir num ambiente neutro sem um telefone móvel por perto parece ajudar a ampliar a intimidade, conectividade, confiança interpessoal e percepções de empatia -- os ‘tijolos’ que formam a base de qualquer relacionamento”, disse a repórter da Scientific American, Helen Lee Lin.

Segundo os pesquisadores, um dos motivos mora na crescente sofistifcação dos smartphones. Eles defendem que gadgets cada vez mais completos -- oferecendo jogos, apps e redes sociais a apenas alguns toques -- inconscientemente sinalizam uma rede mais ampla de conexões. Desta forma, ao notar o smartphone, o indivíduo assume que seu usuário conhece muitas pessoas, portanto conversa com elas o tempo todo através do dispositivo -- mesmo que isso não esteja ocorrendo no momento.

A situação é apontada pelos cientistas como responsável por inibir sentimentos de intimidade que despertariam naturalmente em você ao sentar cara a cara com alguém. A lição? Procure deixar seu celular longe quando estiver conversando com seus amigos e colegas -- antes que sua única companhia seja a dos Angry Birds.