Detectando a virgindade Quer ser o primeiro da fila? Especialistas desmistificam o hímen e explicam por que ele não pode ser considerado um “lacre” gplus
   

Detectando a virgindade

Quer ser o primeiro da fila? Especialistas desmistificam o hímen e explicam por que ele não pode ser considerado um “lacre”

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Fetiche, tradição ou insegurança? Durante séculos a virgindade foi considerada tão importante para a reputação das mulheres que algumas delas chegavam a guardar os lençóis sujos de sangue da noite de núpcias por décadas. Mesmo diante das cirurgias modernas, capazes de reconstruir o hímen, culturas como a nossa ainda vinculam a película dérmica na entrada da vagina à pureza da alma e do corpo -- e a milhares de dólares também

Não há provas científicas, mas a “mão que paira” sem dúvidas já é uma grande evidência da virgindade masculina remanescente. Por outro lado, apesar dos engraçadinhos que juram conseguir adivinhar quando uma gata tem a quilometragem zerada pela forma de caminhar ou sentar, no caso das mulheres, a coisa não é tão simples.  

Segundo o ginecologista e obstetra Luis Henrique Silva do Hospital e Maternidade Assunção, o rompimento do hímen representa apenas a passagem para a vida adulta através da maturidade sexual. “Não existe outra maneira de avaliar a virgindade feminina a não ser o exame físico, realizado na maioria das vezes, pelo ginecologista”, garante o médico.
 
Enquanto a película não tem função biológica no corpo humano, em outras espécies de mamíferos ele tem a função de proteger a região genital contra infecções. Por causa disso, Silva explica que é possível reconstruir a proteção ancestral usando tanto partes do tecido original quanto próteses completas. Mas espere aí: será que deflorar uma mulher vale tanto a pena assim?

“Mesmo estando em 2012, existe em cada ser humano o principio do descobridor -- o desejo de ser o primeiro homem, paixão, e inclusive desvirginador. Chegamos até agora com o mito da pureza sexual permeando nosso imaginário, e muitos esquecem (não todos) do trabalho que podem dar as virgens”, lembra a psicóloga Poema Ribeiro.

De acordo com ela, o mito sugere que a primeira noite da mulher deva ser entregue como um presente a um indivíduo “predestinado”. O problema aparece quando ela se dá conta de que a natureza não irá lhe apontar o vencedor de tal prêmio. “Assim chegamos a uma outra situação que é o avesso do avesso: a necessidade de algumas virgens de tentar se livrar desse peso de qualquer maneira. Muito além da ruptura do hímen, ela poderá então encontrar o amor puro e verdadeiro -- outro mito que resgata a pureza dos sentimentos e permite a entrega”, defende a psicóloga. 

Portanto, se a virgindade um dia colocar sua vida sexual em xeque, a sexóloga Marta Suplicy tem a jogada perfeita na ponta da língua: “Relaxe e goze porque depois você esquece todos os transtornos”.