Juju Salimeni, Sabrina Sato, Scarlett Johansson, Flávia Alessandra, Ana Hickman, Grazi Massafera, Jennifer Aniston e tantas outras que chamam atenção pelos cabelos claros poderia ter protagonizado a comédia musical romântica dirigida por Howard Hawks em 1953, Gentlemen Prefer Blondes, que deu origem ao mito da preferência da ala masculina por loiras fatais.
Pesquisa realizada em Londres mostra uma jovem que usou na noite inglesa uma peruca loira, na sequência uma de cor castanha e depois, ruiva, tendo maior sucesso entre os homens com a peruca loira – ela conquistou tantos rapazes quanto à ruiva e a castanha juntas.
O fascínio que as loiras exercem no imaginário masculino é atribuído a alguns fatores. O primeiro, em uma lógica de mercado, que é raro é mais procurado. Avalia-se, de fato, que as loiras naturais constituem apenas 2% da população mundial.
A segunda razão está relacionada à lógica indireta referente à juventude: o psicólogo Davis Matz, de Minneapolis, em Minnesota, demonstrou que quanto mais claros os cabelos de uma mulher, mais se tende a considerá-la jovem. Os homens sentem-se mais atraídos por mulheres mais jovens, provavelmente porque são mais férteis e a evolução favoreceu a busca de parceiros para reprodução.
O terceiro fator, de ordem social, é a imagem da loira forjada há mais de meio século, no cinema e em outras mídias, como a mulher fácil, sensual, que explora mais os atributos físicos que os intelectuais. Essa estratégia vem desde os anos 50 com Marilyn Monroe e depois avançou nos anos seguintes com Grace Kelly, Sharon Stone até Scarlett Johansson.
Muitos psicólogos acreditam que esta superexposição leva a associação das loiras a uma representação feminina vinculada unicamente ao corpo. Além disso, outras mídias impressas e audiovisuais contribuem para a associação das loiras à disponibilidade sexual.
Os estereótipos criaram raízes. Estudos mostram que algumas loiras ao ouvirem dizer que são incompetentes – e se familiarizarem com essa ideia -, podem sentir pressionadas e inseguras, acabando por duvidar da própria capacidade e mostrando-se justamente como os outros as veem, criando armadilhas inconscientes para si mesmas.