Ai ai ai esses menininhos mimados! Esses adolescentes tardios na faixa dos 30-40 anos que gastam suas noites em after-hours gritando U-HU para hits eletrônicos e hidratando as ideias de girico com vodca + energético. Alguns pedem prosseco para impressionar no camarote. Hummm... Pausa para a foto que será replicada em todas as redes sociais – hashtag “é hoje que eu só volto amanhã”, “partiu night com os bróders", “máfia reunida”. Zzzzzzzzzzzzzzzz
Pra que esse iPhone 6 se não ligam pra mulherada? Aprenderam a teclar para manter relações superficiais e acham que isso é suficiente.
E não tem mulher pra eles, né! Ninguém serve, nenhuma das milhões de solteiras disponíveis no planeta está apta a ser chamada de “sua”. Por que será que ninguém agrada esses garotos da mamãe “me-dá-minha-bola-agora-senão-eu-vou-embora”?
Respondo: essa encarnação envelhecida do Peter Pan teve a vida acompanhada por palmas maternas e tem coisas que só a mãe aguenta, daí realmente, “a mulher perfeita” fica complicado e eles almejam aquela moça que possa ser baixada nos serviços oficiais de download.
Hoje eu sorrio ao lembrar todas as vezes que meus pais me faltaram com a simpatia. É bom ser apresentado à realidade desde as fraldas. Não choro no banheiro quando tomo negativas nem quando o resultado final é bem ao contrário do que eu esperava. Fui treinada para me virar e aqui estou, muito bem, obrigada.
Mas tem mãe e pai com aquela cegueira sentimental que só pode dar merda lá na frente, e assim temos a justificativa dessa leva de imbecis que está sendo entregue à sociedade. Pais estes que alimentam “ecossistemas” frágeis.
Esses caras esquisitos que rotulam mulheres pela roupa, que expõem noites de sexo com as garotas para os amigos, que somem sem pontuar com dignidade que o relacionamento terminou. Que fazem filhos e não cuidam, afinal, o filho é da mãe e eles já pagam pensão, então “esse problema” não é mais deles.
Eles ignoram a idade cronológica. Exalam a plenos pulmões que não querem compromisso afetivo. Que não querem chefe pra encher o saco. Que só fazem o que gostam. Não assumem responsabilidades. Pulam de emprego em emprego. Decoram xavecos como verbetes enciclopédicos. A vida é uma festa. Eterna.
Primeiro eles colocam a pólo vermelha do Sérgio K que a mamãe passou e deixou carinhosamente em cima da cama. Depois eles passam o gel no cabelo para que a gola da camiseta não bagunce a estética. Que gracinha, né, pessoal!
E eles moram com a mamãe, hein! Prestenção... Homens feitos que não querem sacrificar o dinheiro da balada pra ganhar asas e não sabem nem fritar ovo, até porque, suja a frigideira e eles não estão acostumados a lavar louça.
Como esses caras vão fazer para aceitar o fracasso da falta de maturidade? Quando é que eles vão entender que ninguém está à disposição de seus caprichos assim como sua mãe sempre esteve?
Sacramentam na marra seus pensamentos infantis. Divertem-se criando um retrato de um mundo pós-apocalíptico porque não tiveram os limites estabelecidos na data certa.
Vivem num parque temático de dinossauros felizes. É um tributo a falta de maturidade. É o reflexo da educação superprotetora do avesso. Cultuam práticas marginais. Negam-se a viver experiências intensas de amadurecimento. A vida é o carnaval no Rio de Janeiro ou uma micareta em Salvador. Falta lembrar que tudo isso tem cheiro de urina com data e hora pra começar e acabar.
Sabiamente, evite imitá-los.
Sobre Denise Molinaro
Denise Molinaro é jornalista, paulista mas prefere o Rio de Janeiro. Gosta de observar as pessoas para escrever sobre elas. Edita o AreaH. Manda sua sugestão de pauta pra ela.
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