Bem antes de clássicos como Mulher nota 1000 (1985) chegarem às telinhas, ou do Duran Duran plugar sua Electric Barbarella na tomada, o ser humano busca uma saída para suas demandas sexuais sem importunar os outros. Será que isso existe? Afinal de contas, mesmo com a variedade crescente de brinquedos sexuais, cada vez mais homens encontram no prazer da parceira seu próprio gozo.
Agora os robôs sacanas parecem ser a bola da vez -- e tudo indica que isso não se trata de uma onda passageira. Bem longe dos puteiros de bairros, a proposta destes novos dispositivos não é só aliviar a dor do esperma retido, mas literalmente satisfazer praticamente todos os seus desejos na cama.
De acordo com o Dr. David Levy, autor do best-seller norte-americano Amor e Sexo Com Robôs (ainda não publicado no Brasil) 2050 será o ano em que finalmente veremos androides sexualmente atraentes circulando entre nós. Indistinguíveis dos seres humanos, exceto pela completa falta de emoção, humor, espontaneidade e afeto, essas máquinas sexuais também serão capazes de estender seu tempo de vida através do orgasmo.
Por serem tecnologicamente treinadas para proporcionar exatamente o que você procura na hora que quiser, a melhora teórica nas relações sexuais promete aliviar o estresse -- reduzindo assim o risco de ataques cardíacos e problemas crônicos, como a insônia.
Após de décadas de reproduções mal feitas de corpos femininos em látex, sob a promessa da independência sexual, surge a dúvida: por que alguém trocaria uma gostosa de carne e osso por quilos de silicone moldado?
Bem, de fato há algumas vantagens inegáveis. Para iniciantes, essas mulheres sintéticas serão um parque de diversão, um “campo de treino”: elas não ligam para a sua falta de ousadia, se você está com bafo ou tem doenças venéreas; muito menos esperam que você evolua na vida.
Por outro lado, se milhões já trocam o convívio sexual por fugas diversas -- prostitutas, drogas, comida, bebida, velocidade, ou tudo junto -- quantos não estariam dispostos a abdicar da realidade por um matrix sensual? Talvez este seja o futuro que buscamos entre os lençóis: algo limpo, seguro, confortável e previsível; alheio à toda sacanagem promíscua e suja que faz os pintos e os rendimentos da indústria pornográfica apontarem para o céu.