No começo dos anos 1960, a pílula anticoncepcional foi lançada no mercado farmacêutico. Na época, isso significava o começo da liberdade sexual feminina e deu mais autonomia às mulheres (de escolherem ou não ser mães). Apesar de, ainda hoje, muitos estudos comprovarem que ela pode ser perigosa se usada sem acompanhamento médico e por pessoas cujos exames não são compatíveis com o método contraceptivo, ela foi importante para a história feminina mundial. Entretanto, muitos (péssimos) homens acabam depositando toda responsabilidade da prevenção de uma gravidez indesejada sobre a mulher: ela tem que tomar a pílula, ela tem que se cuidar, e por aí vai.
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Essa foi uma das razões que levou o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos a elaborar uma pílula anticoncepcional masculina. Conhecida como DMAU, ela completou recentemente 30 dias de testes clínicos, com 83 homens saudáveis de 18 a 50 anos. A desistência foi baixíssima. O motivo? A pílula tem tido boa aceitação do corpo e as reações adversas são quase nulas.
Entre os efeitos colaterais, foram identificados um leve ganho de peso por parte dos homens e uma pequena redução do HDL, conhecido como "colesterol bom". Alterações como aumento de acnes e mudanças no humor, MUITO frequentes em mulheres que tomam a pílula feminina, foram tão baixas que não chegaram a ser relevantes para os estudiosos.
Mas como funciona? Basicamente como a pílula feminina. Quanto tomado diariamente, o anticoncepcional masculino modula a quantidade de testosterona presente no corpo para evitar a produção de espermatozoides. De início, nos testes, o organismo dos homens estava eliminando muito rapidamente a droga. Depois, chegou-se a uma dosagem em que apenas um comprimido bastava por dia, como acontece com o anticoncepcional feminino.
Aprovado na primeira fase do desafio, serão necessários agora mais testes para verificar se existem efeitos indesejados de médio e longo prazo - e, principalmente, quanto tempo a fertilidade leva para ser restaurada plenamente com a interrupção do tratamento. Só depois o remédio poderá ser comercializado. Se tudo der certo, isso acontecerá em 2019.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
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