Você, como quase todos os homens, não deve ver nada de errado em um momento íntimo de alívio sexual a sós. Afinal, o velho "cinco contra um" é uma prática comum e saudável, que serve para aliviar a tensão, fortalecer o sistema imunológico e até mesmo ter uma noite de sono mais agradável, acredite, sendo inclusive comum entre as mulheres. Porém, nos Estados Unidos, a deputada Jessica Farrar, do Texas, foi alvo de polêmica ao propor um projeto de lei que proíbe a masturbarção masculina, estipulando até mesmo uma multa no valor de 100 dólares (uns 300 reais) para quem resolvesse infringir a lei.
O projeto absurdo, que define como crime "todas as ejaculações fora da vagina de uma mulher ou criadas fora de uma instalação médica ou de saúde", tem o objetivo político de protestar contra as leis restritivas de aborto no Estado do Texas e a deputada argumenta que o projeto visa proteger crianças que ainda estão por ser geradas.
A lei consideraria a masturbação, na qual o homem ejacula sozinho, um ato contra uma criança que ainda não nasceu. Pode parecer muito sem noção (e é,de fato), mas a proposta quer levantar o debate sobre o aborto, que ainda sofre tabus e críticas.
A proposta de lei número 4260 foi apresentado por Jessica Farrar semana passada, mas ela sabe que nunca sairá do papel ou que vá longe antes de ser derrubado de uma vez por todas. O argumento da deputada é que sua proposta não é mais extrema do que as leis que restringem o direito de mulheres que eventualmente optariam pela interrupção de uma gravidez no Texas.
Farrar ainda cita sua revolta com o processo invasivo a que mulheres que optam pelo aborto são submetidas no Estado. Elas têm de, por exemplo, ouvir palestras sobre as implicações morais do aborto, ver imagens de fetos, fazer um ultrassom para ouvir a batida do coração do bebê e receber avisos sobre como aborto pode estar relacionado a câncer de mama.
O Texas tem uma das legislações mais restritas sobre aborto nos Estados Unidos e, mesmo após a Suprema Corte ter derrubado, no Estado, a probição de abortos induzidos por drogas após sete semanas de gestação, as restrições ainda fazem as clínicas de aborto serem extremamente escassas no Estado.
No Brasil, a interrupção da gravidez só é permitida em três casos: se a mulher corre risco de morrer por causa da gestação; se a fecundação ocorreu por estupro; se o feto é anencéfalo (sem cérebro) e, portanto, não conseguirá sobreviver após o parto. Nas demais situações, a gestante que fizer aborto pode ser presa por até três anos, enquanto médicos que realizarem o procedimento podem ser condenados a até quatro.
Sobre Luis Carvalho
Nerd full time, viciado em literatura, HQs, games, filmes e séries, descobriu o amor pelo jornalismo ao perceber que não sabia fazer contas.
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