Em minha trajetória nessa vida que escolhi (e não me arrependo, pelo contrário, indico), percebo a cada dia que ser pai é uma tarefa divina, e talvez por isso, de uma responsabilidade inimaginável. As qualificações necessárias talvez variem de uma cultura para outra, mas a racionalidade e o sentimento exclusivos do ser humano são fundamentais para tal missão.

É no dia a dia que identifico esse “ser humano” (não só biológico, mas racional e sentimental ao mesmo tempo), através das ações que envolvem a relação entre pai e filho (a). Para mim, a história começou um pouco diferente da grande maioria: eu ganhei um filho quando o mesmo tinha três anos e junto dele, a mulher que o concebeu e me ajuda nesse aprendizado que é construir uma família. Aquele pequeno ser humano me despertou a capacidade de adquirir afeto por alguém, sem que o laço sanguíneo interferisse. Os cuidados, o carinho, a dedicação, talvez tenham sido a “parte fácil” do início do processo. Difícil é educar um ser humano, principalmente se você foi colocado em uma rotina, pulando etapas do aprendizado. Como se fosse entrar em uma faculdade, sem antes cursar um Ensino Médio (se assim podemos comparar).

Como passar seus princípios e valores para outro ser humano? Diante da pergunta, resolvi aprender mais e transmitir o máximo de informação possível. Se o respeito à vontade do outro é fundamental, municiar um filho com exemplos de vida e indicar as responsabilidades que as ações dele possuem é necessário para que se torne verdadeiramente um ser humano.

A tarefa é árdua, mas continuo estudando fervorosamente nessa graduação que é ser pai. Acredito ter concluído um dos períodos quando o mais novo membro da nossa família chegou. Mais um ser humano para dividir o meu afeto, meu carinho, minha dedicação, só que agora começando tudo do zero. Tudo que aprendi foi colocado à prova, desde a educação recebida de minha mãe, até as lições constantes da vida. Porém, acho que a vocação e a vontade de ser pai falaram mais alto. Novas experiências enriquecedoras vieram e me fazem até os dias de hoje entender que ser pai ultrapassa o cuidado com a saúde, com a educação. É a soma das muitas qualidades que um ser humano pode oferecer a outro.

Esse bacharelado se tornou intensivo e cada vez mais desafiador. Enquanto escrevo esse texto, meus pequenos (assim os chamo carinhosamente) estão com 6 e 12 anos de idade. Espero conseguir me graduar com nota máxima na escola da vida e poder fazer desses dois seres humanos pessoas melhores para que o mundo se torne melhor, ou seja, se torne mais humano.