Em tempos de plena revolução tecnológica, não são apenas os pais que se espantam ao perceber que os filhos se tornaram seus professores em muitos aspectos. A ficha pode demorar pra cair, porém mais cedo ou mais tarde a gente entende que aquele figurão repleto de segurança e atitude de um dia agora deu lugar a um senhor que tem dificuldades com smartphones. Mas não cometa o engano de achar que o velhinho é tão inocente.
A maioria dos jovens adultos de hoje são filhos de pessoas que viveram a adolescência e início da fase adulta durante os anos 1970, e portanto fazem parte da geração X. Numa época em que a ditadura comandava dentro e fora de casa, nossos pais foram criados cheios de dúvidas por homens autoritários que não admitiam opinião de moleques.
Para comemorar a data especial de hoje, destacamos aqui algumas das situações que provavelmente seu pai encarou para sobreviver a um período em que o sexo antes do casamento estava em baixa -- e Led Zeppelin bombava no rádio.
ROUBAR O CARRO
“Dar duro para conseguir as coisas” -- este é o lema que muitos vovôs ainda carregam no peito e seu velho pai ouviu quase todos os dias. Para dar um rolezinho de carro até a esquina era necessário lavar e lustrar os Karmann-ghias, Opalas e Fuscas durante um domingo inteiro. Pegar a caranga emprestada sem avisar nas madrugadas de sábado para descolar uns brotinhos era o highlight da semana.
CARREIRA
A década de 70 foi marcada pela recessão norte-americana, e enquanto a universidade ainda era o destino de poucos no Brasil, aos 18 anos milhares eram recrutados pelo exército. Metade dos que se formaram atualmente trabalham em ramos completamente diferentes da sua área de atuação -- talvez porque quem decidia a profissão era o chefe da casa. Como diversão e liberdade faziam a cabeça da geração X, o trabalho era colocado em segundo plano. Então onde arranjavam grana para custear essa vida? Bem, os pais não gostam de confessar, mas entre demissões desesperadas e empregos exóticos, é bem provável que eles tenham voltado a viver às custas dos seus avós entre uma aventura e outra.
BALADA E DROGAS
Num momento em que o uso de LSD estava em alta, a TV a cores parece ter chegado atrasada. É difícil imaginar que durante o auge da psicodelia e da música disco seu pai não tenha dado pelo menos um “tapa na pantera”. Com calças boca de sino, camisa entreaberta e umas balinhas de ectasy sem dúvidas ele encarnaria o próprio John Travolta em Os Embalos de Sábado à Noite (1977).
RACHAS
Se a idade até agora não amansou o pézinho do acelerador, então pode apostar que seu velho já fez muita merda no volante. Sequestrar o carro para ver uma mina é até perdoável perto das loucuras que ele pode ter cometido por aí quando a carteira de motorista era mais fácil de comprar do que um videocassete. Em São Paulo, um bom racha não começava sem o ronco V8 do Maverik GT, que tinha como principal oponente o saudoso Opala.
MULHERES
Além de mal visto, o sexo casual era impensável quando não se tinha dinheiro. Se as prostitutas de hoje ainda deixam a desejar, imagine só o que era “servido” nas zonas setentistas. Desesperados, muitos se submeteram ao casamento precoce com medo de morrerem virgens. No entanto, se o seu pai não era um nerd jurássico que ficava em casa jogando Atari, então com certeza ele distribuía promessas de casamento a várias garotas ao mesmo tempo. Entre investidas e corações partidos, não era raro conseguir uma bela noitada. Num mundo ainda livre da Aids, as doenças venéreas eram motivo de piada em bares e vestiários.