Tenho que confessar um vício. Um dos muitos que tenho: sou um completo aficionado por livros. Sigo acreditando que eles (não me venham com e-books ou similares, estou falando de papel e tinta mesmo) podem influenciar e ajudar a moldar homens melhores para a nossa sociedade – e me incluo nesta lógica, obviamente.
Leio em todo lugar e em diversas ocasiões: antes de dormir, quando pego metrô, para as minhas filhas, na hora “do número 2”. É coisa de infância, poderia dizer até congênita. Mesmo antes de alfabetizado adorava folhear as cartilhas que minha mãe, professora, trazia do trabalho. Daí para um bom Dostoéiviski ou José Saramago foi um pulo.
Neste sentido, 2015 não poderia ter começado com notícia mais alvissareira: o rei das redes sociais, ele mesmo, Mark Zuckerberg, com toda sua influência sobre uma incrível massa de cidadãos no mundo todo (principalmente os jovens), decidiu dar um tempo na invenção de mais um botãozinho viciante do Facebook para apostar na leitura! – e em livros, mais especificamente. Trocando em miúdos, ele próprio se mostrou animado em cumprir o desafio de tornar este ano mais produtivo em leituras de livros
(vale a pena dar uma olhadinha na notícia). Na fanpage A Year of Books ele criou um território aberto para discutir o assunto e “fazer a roda girar”. Ponto positivo pro Markinho!
(PAUSA PARA DIGRESSÃO: Este fato não poderia ter vindo em melhor hora. Somos uma geração que vive um (grave) problema – e dilema - de conseguir ler mais do que 140 caracteres sem dispersão da atenção. Wagner Brenner, fundador do Update or Die, escreveu um excelente texto recentementes, traduzindo bem o sentimento deste mal que nos aflige. Mas mesmo reconhecendo esta problemática dos tempos modernos volto ao início da conversa: acredito piamente que os livros te fazem um homem melhor.)
Toda esta explicação e introdução para que, com um mínimo de propriedade e sem qualquer arrogância, eu possa indicar 05 livros, recentes, que provavelmente te ajudarão a ter mais conteúdo em 2015:
Você pode ser ou não cristão, mas há de convir que a figura de Jesus Cristo tem algo de especial. Seja pelo fator puramente histórico ou então religioso é um nome forte há 2015 anos. É neste universo que Aslan apresenta um Jesus pra lá do Novo Testamento, com uma mistura de “histórias de guerrilha” e ideias revolucionárias que você não escutará na missa de domingo.
Imagine um círculo vicioso (ou virtuoso) constituído de 03 etapas: uma “deixa” --> que cria uma rotina (hábito)--> e que culmina numa recompensa. Pode parecer simplista, mas é em torno destes 03 pilares que conseguimos entender desde o hábito de fumar um cigarrinho àquele de gerir bem uma empresa. Para o público que gosta de temas relacionados à psicologia humana, ou mesmo de literatura do mundo dos negócios, é um prato cheio.
Em tempos em que a discussão política invadiu até as mesas de bar, Justiça vai te fazer pensar sobre uma simples questão, mas de resposta complexa: O que é justiça? Utilizando diversas fontes de renomados filósofos e sociólogos – de Aristóteles a Kant - o livro é recheado de “estudos de caso”, daqueles que você realmente para a leitura ao refletir “O que EU faria?”. Não vou negar que a obra tem partes bastante densas, mas me pareceu uma iniciativa muito honesta (e sem qualquer viés pré-estabelecido) para dar fundamentos estruturados à sua discussão política com os amigos.
Não vivi minha vida adulta sob o período militar (sou de 1978); portanto, não vou negar que sempre achei “mimimi” demais as reclamações sobre a falta de direitos individuais daqueles anos. No entanto, tive uma perspectiva bastante diferente lendo as diversas colunas que Cony publicou à época, literalmente no calor do momento (o livro é um compilado das principais colunas do jornal Correio da Manhã escritas pelo autor nos primeiros dias pós-Golpe). Ou seja, principalmente para quem não vivenciou este momento histórico do Brasil, aproveite para entender o cotidiano do que se passou a partir de 1964.
Você não pode mais cair no erro de querer impressionar a mulherada, como suposto professor de Historia, afirmando que Tiradentes era um mero dentista que morreu enforcado por querer, de forma pueril, a independência do país. Meu amigo, o buraco foi bem mais embaixo – e ao lado.
Mais interessado em contar uma boa história (sem abrir mão do rigor jornalístico) do que vomitar fatos e nomes, Doria revive o antes e depois da Inconfidência Mineira, sendo daqueles livros que te fazem viajar no tempo e se sentir em 1789 sobre o lombo de um cavalo numa estrada empoeirada. Ótima oportunidade para entender como as falcatruas e politicagens do Brasil já vêm de muito tempo.
E você: Gostou da lista? Discorda?
Ou, ainda melhor: tem algum bom livro pra me fazer um homem melhor?
Sobre Rodrigo Moreno
Um dos fundadores do AreaH, é pai da Sofia e da Bianca, são paulino que torce para o Uruguai. Workaholic e grisalho desde jovem.
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