Há quem goste, mas trabalho, como qualquer outra coisa em excesso faz mal, pelo menos é isso o que indica o estudo publicado na revista de medicina The Lancet. Embora não se saiba qual é a relação exata entre as duas coisas, suspeita-se que índices maiores de derrame entre pessoas que cumprem longas jornadas possam ser explicados por mais estresse no trabalho e estilo de vida nocivo.

O estudo também apontou que quem cumpre uma jornada de até 48 horas semanais tem 10% mais chances de ter um derrame do que aqueles que trabalham entre 35h e 40h por semana. Já uma jornada de 54 horas eleva os riscos em 27%, e a de mais de 55 horas, em 33%. Por isso de acordo com os especialistas as pessoas que trabalham além do turno “tradicional” das 9h às 17h, ou seja, 40 horas por semana (somando apenas os dias úteis), devem monitorar a pressão sanguínea.

Segundo Mika Kivimaki, do University College London, um grupo que trabalha entre 35 a 40 horas por semana tem menos de cinco derrames a cada mil pessoas por década.

A frequência aumentou para seis derrames por mil pessoas por década entre aqueles que trabalham 55 horas ou mais.

Kivimaki disse que os pesquisadores ainda estavam nos "estágios iniciais" para entender o que ocorre.

Entre as possíveis causas estão o estresse extra de longas jornadas e o fato de que ficar sentado por muito tempo, o que é ruim para a saúde e pode aumentar os riscos de derrame.

Mas os índices também poderiam ser apenas um indicativo de problemas de saúde de pessoas que, presas ao escritório, não têm tempo para preparar refeições saudáveis ou fazer exercícios.

Já para Tim Chico, cardiologista da Universidade de Sheffield, devemos repensar nossa rotina de trabalho, reduzindo a quantidade de horas que passamos sentados e buscando melhorar a nossa dieta e praticar atividades físicas enquanto trabalha. 

Outro ponto importante é checar a nossa pressão sanguínea regularmente, e caso haja uma preocupação com a possibilidade de derrame, marque uma consulta médica. Estas foram as dicas de Shamim Quadir, da Associação Derrame.