Já foi o tempo em que a responsabilidade pelo insucesso de engravidar era todinho da mulher. Uma média de 15% dos casais que querem uma prole não conseguem gerar um bebê e as estatísticas mostram uma igualdade aí: em exatamente 50% desses casos o problema é atribuído para cada gênero. Raramente ambos são estéreis, difícil acreditar mas também pode rolar. E como descobrir se a questão está nos seus milhões de espermas ejaculados a cada gozada?
O primeiro passo é simples: você faz um espermograma - aquele exame em que você encara uma salinha da masturbação com poltrona confortável, revistas masculinas e janelinha pra entregar seu possíveis filhinhos ainda em forma líquida para uma enfermeira que você não precisa ver a cara.
Durante a análise somente números surreais garantem um resultado feliz: se você tiver em média 20 MILHÕES de espermatozoides por mililitro de esperma e acima de tudo se metade desse time todo tiver mobilidade – conseguir se mover da vagina até as trompas para encontrar aquele único e solitário óvulo – tá tudo certo, você é absolutamente fértil. Vale lembrar que uma gozada rende de 1,5 a 5ml de esperma. E aí você se pergunta: “Pra que tudo isso?” É que todo esse volume garante a tal mobilidade. Trata-se de um trabalho em massa mas sempre com um único vencedor mesmo.
Se os números forem satisfatórios mas essa capacidade de mobilidade nem tanto, o caso pode ser resolvido com fertilização in vitro ou inseminação artificial.
Pausa. A primeira dica aqui é: não encare a infertilidade como algo individual, por mais que organicamente seja, a esterilidade em si é do casal. Mesmo porque antes de tudo gerar um bebê depende de duas pessoas que teoricamente se escolheram para isso, para formar uma família. Encarar o fato junto com a sua mulher, sem que essa responsa psicológica pese mais pra um lado ou para outro e partir para a investigação e possíveis soluções é o próximo passo.
É bom lembrar que substâncias como maconha, coacaína, álcool, anabolizantes e finasterida (usada para queda de cabelo) podem comprometer a qualidade dos seus espermatozoides.
Uma doença chamada varicocele e as dificuldades com ereção e ejaculação atrapalham por motivos óbvios além de deixar para transar só de sexta a noite. Mesmo que você jure que sempre dá três seguidas. A possibilidade do óvulo estar alí só de sexta a noite é muito menor, neah? Intercalar as três durante a semana te dá muito mais chances de fazer aquele golaço. Dia sim, dia não, especialmente entre o 10º e 18º dias depois da menstruação aumenta bastante as suas chances.
Ainda que se saiba isso tudo a medicina tradicional ainda é muito “leiga” em relação à infertilidade masculina. Exemplo disso é que hoje em dia é possível turbinar a produção de óvulos numa mulher mas não a de espermatozídes num homem. Outro mistério é que em alguns casos mesmo com o espermograma satisfatório - quantidade e mobilidade okays, não rola gravidez – é a tal infertilidade sem causa aparente.
É legal ressaltar que a hipófise é a glandula responsável por enviar aos testículos dois hormônios (LH e FSH) que geram tanto a produção de testosterona quanto de espermatozóides. Do tamanho de uma ervilha, ela está diretamente ligada ao seu hipotálamo – a antena humana de sentimentos intensos. Então muita ansiedade ou stress podem com certeza ser os fatores “desconhecidos” de muitas infertilidades por aí. Tranquilidade, parceria e um olho sempre ligado no calendário menstrual podem começar a resolver a parada.
Sobre Tutu Lombardi
Jornalista pós-graduada pela Westminster University, estuda metafísica da saúde há 15 anos, gosta tanto de voar que já tentou pilotar helicóptero mas estaria rica mesmo se estivesse cobrando pelos conselhos que dá.
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