Com o passar dos anos, quilos extras e alteração hormonal batem na porta até do mais cuidadoso dos homens. Os sintomas da andropausa se manifestam ao longo dos anos de diversas maneiras: obesidade, falta de disposição e impotência sexual.
O homem começa a produzir a testosterona por volta dos 12 anos, quando fica mais forte e ganha massa muscular. Sua produção é contínua até a faixa dos 50 anos. De maneira geral, ela é responsável pelas características sexuais secundárias do homem, como voz, pelos e massa muscular. Qualquer sinal de alteração nessas áreas é um alerta de problema.
Para controlar essa falta do hormônio foi realizada uma pesquisa no Congresso Europeu de Obesidade em Lyon, na França, onde foram aplicadas injeções de testosterona em um grupo de homens de 61 anos. Em cinco anos de tratamento, eles perderam em média 16 kg, além de se beneficiarem como maior disposição física e sexual.
Este procedimento, apesar de parecer a salvação dos problemas, é um tratamento bastante contraditório e é indicado somente quando o paciente apresenta baixos índices de testosterona. A reposição hormonal pode se transformar em vilã, provocando tanto mudanças no humor quanto no desempenho sexual. Seu excesso também pode aumentar os problemas cardíacos e a predisposição ao câncer de próstata.
A aplicação da testosterona sintética parece trazer benefícios ao corpo, mas seus malefícios provocam maior agressividade no homem quando está ela se encontra acima do normal. Segundo o oncologista Anderson Silvestrini, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, a testosterona sintética é uma droga utilizá-la para outros fins pode trazer sérios danos à saúde. “Como tratamento em massa para a obesidade não é significativa. Não se deve correr o risco de desenvolver câncer de próstata ou doença cardíaca por pouca perda de peso. Além de tudo, ela não é duradoura e só permanece enquanto se estiver tomando o hormônio”.
Câncer de próstata
O exame de próstata é recomendado ao homem a partir dos 40 anos, principalmente se o mesmo possui casos de câncer na família. Uma das principais causas do câncer de próstata é a baixa produção do hormônio. Sua deficiência causa redução do apetite sexual, impotência, infertilidade e aumento das glândulas mamárias. Com o tempo, pode haver redução dos pelos corporais, diminuição da massa e da força muscular, osteoporose, alterações de humor, perda da energia e redução do tamanho dos testículos.
O tratamento com testosterona também é utilizado para combater o câncer quando descoberto no início. Chamada de hormonioterapia, ele age em todo o organismo, sendo realizado de maneira conjunta aos outros tratamentos, como a cirurgia e quimioterapia.
Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Câncer mostram que a doença na próstata é o segundo tipo mais comum nos homens, atrás somente do câncer de pele. Este também é considerado um tumor mais comum na terceira idade, onde mais de 70% dos casos acometem pessoas com mais de 65 anos.
Quanto menos o nível de testosterona no corpo, também é maior o risco de desenvolver diabetes e de engordar. Todo tipo de exercício, mesmo os de menor intensidade, como caminhada ou uma corridinha bem devagar, ajudam na reposição hormonal natural.“Muitos procuram praticar atividade física ou fazer algum esporte após a orientação médica, principalmente após ser detectado algum problema de saúde decorrente da falta de atividades regulares e a boa educação alimentar”, diz o Personal Trainer Alexandre Correa. “Isso é mais comum conforme as pessoas envelhecem”.
Quem atingiu a idade crítica, momento fértil para o aparecimento do câncer de próstata e de outras doenças, deve antes de optar por tratamentos repositores de testosterona, fazer os exames que diagnosticam problemas de toda ordem.
