Vacina contra a nicotina Terapia genética que impede que a substância chegue ao cérebro pode ajudar fumantes a largar o cigarro de uma vez por todas gplus
   

Vacina contra a nicotina

Terapia genética que impede que a substância chegue ao cérebro pode ajudar fumantes a largar o cigarro de uma vez por todas

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Antes do preço do cigarro começar a subir como parte das medidas governamentais para equilibrar a arrecadação, neste ano, pela primeira vez o Brasil registrou um recorde quando o assunto é tabagismo. De acordo com a Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), o número de fumantes caiu para menos de 15%, ficando em 14,8% -- algo inédito no país.

O trabalho concluiu que os homens continuam sendo a maioria dos fumantes, embora também estejam largando mais o cigarro que as mulheres. Se você já fez até reza brava pra se livrar do tabaco e ainda assim cai em tentação, uma nova vacina promete revolucionar os tratamentos para acabar com o vício.

Pesquisadores do Weill Cornell Medical College, em Nova York, desenvolveram uma vacina que utiliza vírus um seguro como correspondente para inserir um gene dentro das células do fígado. O mensageiro então codifica um anticorpo -- proteína produzida pelo sistema imunológico que identifica e ataca invasores, como bactérias, toxinas e outros vírus. Neste estudo específico, o anticorpo foi programado para atacar a nicotina e, nos experimentos com ratos, os cientistas comprovaram que a nicotina era destruída antes de alcançar o cérebro dos animais.

Apesar da notícia ser boa, e do Brasil ser referência em algumas áreas da engenharia genética, ainda não existe qualquer terapia do tipo contra o tabagismo no país. De acordo com o oncologista Dr. João Nunes do Centro de Câncer de Brasília (Cettro), os tratamentos mais procurados atualmente são os programas de controle do tabagismo, que têm taxas de sucesso que variam em torno de 20%.

Nunes concorda com a conclusão da pesquisa norte-americana, uma vez que, se o mecanismo impede que a nicotina se ligue a determinadas regiões cerebrais, isto previne “a dependência química”, garante o médico. Ele defende que “o fator mais importante a ser considerado é a dependência química e não a psicológica”, e salienta que entre os efeitos da nicotina estão alterações de humor, pressão arterial, frequência cardíaca e dependência química.