Novembro está pintado de azul. Isso porque esse é o mês mundialmente dedicado à conscientização sobre o câncer de próstata, que segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o segundo mais comum entre os homens brasileiros (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), com estimativa de 68.800 novos casos em todo Brasil só no ano passado.
Apesar da alta quantidade de afetados, ainda são poucos os homens que cuidam da saúde de suas próstatas. Pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) mostra que mais da metade dos homens brasileiros nunca foi ao urologista, o que é alarmante, já que a melhor forma de identificar o câncer de próstata é frequentando esse médico com certa regularidade.
E como a conscientização é a melhor forma de mobilizar os homens a cuidarem mais de si próprios, confira as coisas que todo homem deve saber sobre o câncer de próstata.
Afinal, o que é a próstata?
Localizada à frente do reto, entre a bexiga e o pênis, a próstata é uma glândula exclusivamente masculina. Sua função é importante para o sistema reprodutor do homem, pois ela é responsável por produzir grande parte dos fluídos do sêmen, que transporta e nutre os espermatozoides.
Qual é a risco de contrair a doença?
O câncer de próstata é mais comum com o aumento da idade. Raro entre os homens com menos de 40 anos, os riscos crescem bastante nos com mais de 50 anos. Três quartos dos atingidos pela doença têm mais de 65 anos, segundo o governo federal.
O histórico familiar é outro fator que pode influenciar a chance de contrair a o câncer. Segundo informações do INCA, os riscos aumentam se seu pai ou irmão já tiveram câncer de próstata.
Como prevenir
Ainda não se sabe ao certo se existe algum jeito de reduzir a zero as chances de contrair a doença. Entretanto, uma dieta com menos gordura (principalmente animal), rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, ajuda a diminuir os ricos de contrair cânceres, incluindo o de próstata.
Quais são os sintomas ?
O câncer de próstata geralmente não apresenta sintomas em seu estágio inicial. Já no estágio avançado, alguns sintomas (que são semelhantes ao da hiperplasia benigna e prostatite, também doenças da próstata) podem aparecer, como:
- Frequente vontade de urinar à noite
- Vontade de urinar, mas não conseguir
- Interrupções na hora de urinar
- Ardência ao urinar
- Sangue na urina
Diagnóstico
Para que a doença seja diagnosticada ainda em seu estágio inicial, homens com 50 anos ou mais devem ir ao urologista anualmente. Negros e pessoas que tenham histórico da doença na família devem começar a fazer check-ups anuais a partir dos 45 anos.
O famoso exame de toque retal é sim necessário para identificar lesões precoces na superfície da próstata.
Ele dura menos que 15 segundos e é indolor, mesmo nos pacientes que apresentam tumores na próstata.
Além do toque retal, para detectar a presença da doença, também é necessário fazer o exame de PSA (Antígeno Prostático Específico, ou seja uma proteína específica da próstata que é encontrada no sangue). Realizado através da coleta de sangue, ele é preciso para avaliar os níveis de PSA, que para um homem saudável deve ficar abaixo dos 4ng/ml. Homens com PSA entre 4ng/ml e 10ng/ml tem 25% de chance de ter câncer de próstata, o risco passa para 50% para pacientes com PSA acima de 10ng/ml.
Tratamento
Confirmado o diagnóstico, será discutido com o médico o tipo de tratamento a ser realizado. Aspectos como idade, estágio da doença, estado de saúde do paciente e expectativas quanto aos efeitos colaterais devem ser avaliados para tomar a melhor decisão na hora de escolher o tratamento. Entre as principais formas de tratamento estão:
Cirurgia – Recomendada para pacientes com o tumor localizado, a Prostatectomia Radical consiste em retirar a próstata e alguns dos tecidos à sua volta, incluindo as vesículas seminais.
Hormonioterapia – A hormonioterapia é usada para impedir a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas se agravarem, no caso do câncer de próstata, as os hormônios andrógenos (masculinos), como testosterona, por exemplo.
Quimioterapia – A quimioterapia é geralmente utilizada em pacientes que não estão respondendo à hormonioterapia. O tratamento é feito a partir de medicamentos muito pesados – que podem ser via oral ou injetável- e tem o objetivo de controlar, inibir ou destruir as células do câncer. O tratamento pode promover muitos efeitos colaterais, pois os medicamentos, além de atingir as células cancerígenas, também podem atacar outras células do corpo, podendo causar vômito, diarreia, náuseas, perda de cabelo, fadiga, hematomas e até perda de apetite.
Radioterapia - A radioterapia é feita por meio de radiações ionizantes, que podem ser realizadas tanto por irradiações externas como internas (braquiterapia). Cerca de metade dos pacientes tratados com radiações obtêm a cura, e é cada vez maior o número de pessoas curadas por este meio, segundo informações do INCA. Mas apesar da eficácia desse tratamento, ela pode causar efeitos colaterais nem um pouco agradáveis, como impotência, estreitamento uretral, cansaço, incontinência urinária e problemas na bexiga e no intestino.
Sobre Guilherme de Souza Guilherme
Prefere perguntas a respostas e está num relacionamento sério com o jornalismo. Fã de música e livros, é zagueiro adepto do bom futebol, palmeirense-roxo e ex-taekwondista.
[+] Artigos de Guilherme de Souza Guilherme
Prefere perguntas a respostas e está num relacionamento sério com o jornalismo. Fã de música e livros, é zagueiro adepto do bom futebol, palmeirense-roxo e ex-taekwondista.
[+] Artigos de Guilherme de Souza Guilherme