Instituído no Brasil em 1999, o Dia do Homem, comemorado no dia 15 de julho, tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para os problemas e doenças que podem atingir a saúde masculina, já que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de homens que procuram um médico para uma consulta preventiva é 30% menor que o de mulheres. Muitos não procuram por medo, falta de conhecimento e até desleixo com a própria saúde. Entretanto, a negligência pode levar a inúmeros problemas, entre eles o câncer de próstata, disfunção erétil e infertilidade.
Aproveitando a data, conversamos com médicos especialistas para esclarecer as principais dúvidas acerca das enfermidades urológicas que mais acometem os homens. Confira.
CÂNCER DE PRÓSTATA
Uma das doenças que mais atingem os homens a partir dos 50 anos é o Câncer de Próstata. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), ele já é a segunda maior causa de morte por câncer na população masculina. “O maior perigo é que ele não apresenta sintomas até que alcance um nível avançado”, alerta o urologista Guilherme Maia, do Hospital Santa Joana. O diagnóstico é realizado através do exame de toque retal e da dosagem do antígeno prostático específico, chamado PSA. Quando identificado, o câncer pode ser tratado através da Prostatectomia radical (remoção completa da próstata), Radioterapia externa e Braquiterapia. “No quesito cirurgia, a mais indicada é a robótica. Os braços mecânicos do robô reproduzem os movimentos das mãos humanas com corte mais preciso, sem tremor e visão tridimensional ampliada”, explica Maia. Além disso, graças às pequenas incisões no corpo, o tempo de recuperação no pós-operatório é muito menor e o paciente fica menos tempo no hospital.
HIPERPLASIA PROSTÁTICA BENIGNA
Popularmente conhecida como próstata crescida, é uma doença que atinge cerca de 80% dos homens. Caracterizada pelo crescimento não canceroso da glândula masculina, ela comprime a uretra, obstrui o fluxo de urina e pode levar a infecções e insuficiência renal. Entre os sintomas estão a dificuldade para urinar, ardência, diminuição da intensidade do jato, incontinência urinária, noctúria e, em casos mais graves, até sangramento. O diagnóstico é feito através do exame do toque retal e ultrassonografia para avaliar o tamanho da glândula. Ainda de acordo com o médico Guilherme Maia, além do uso de medicamentos, a melhor forma de tratamento é através da cirurgia com o laser Greenlight. “O laser atualmente é a melhor opção porque garante menos complicações, não existem incisões no corpo e, assim, não há sangramento”, explica.
DISFUNÇÃO ERÉTIL
É outra doença temida e muito recorrente entre os homens. Também conhecida como impotência sexual, o problema caracteriza-se pela incapacidade de obter ou manter uma ereção satisfatória para o ato sexual. O urologista Filipe Tenório, da Clínica Andros Recife, explica que as causas podem ser orgânicas ou psicogênicas. “Na orgânica, ela é ocasionada por lesões nas artérias, veias e nervos ou pelo uso de drogas, anabolizantes, bebidas alcoólicas ou cigarro. Já na psicogênica, é provocada pelo excesso de ansiedade, stress e alto nível de adrenalina”, explica. O tratamento pode ser realizado através de terapia psicológica, medicamentos orais ou injetáveis e com cirurgia, para os casos mais graves. “A operação é chamada de implante de prótese peniana. Nela inserimos próteses infláveis ou maleáveis no corpo cavernoso do pênis e elas simulam o funcionamento natural do órgão. A taxa de sucesso e satisfação é altíssima”, esclarece Tenório. Ele ainda ressalta que o tratamento deve ser realizado precocemente porque se o pênis passar muito tempo sem ter ereções, o dano pode ser irreversível.
INFERTILIDADE
A Infertilidade também é uma doença frequente no sexo masculino. Ela acomete 15% de todos os casais e em metade deles, o problema está relacionado ao homem. “A causa mais comum é a varicocele, dilatação das veias do testículo que faz com o sangue fique preso e aumente a temperatura, diminuindo a produção de espermatozoides”, aponta Tenório ressaltando que obstruções no epidídimo, no ducto deferente e na próstata também podem acarretar o quadro. “Além disso, a infertilidade pode ter origem genética e pode ser motivada por outros fatores, como uso de drogas, anabolizantes, quimioterapia e radioterapia”, aponta. O tratamento ideal vai variar de acordo com a causa, podendo ser cirúrgico ou com medicamentos.
Sobre Nathalia Marques
Curiosa e heavy user de internet, sempre amou tudo que envolve o universo do jornalismo. Nas horas vagas é fotógrafa, mãe de cachorro e leitora compulsiva.
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