Setembro Amarelo: Precisamos falar sobre suicídio Desinformação e preconceitos desencorajam o debate sobre a depressão, mas nós precisamos falar sobre o tema! gplus
   

Setembro Amarelo: Precisamos falar sobre suicídio

Desinformação e preconceitos desencorajam o debate sobre a depressão, mas nós precisamos falar sobre o tema!

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um dado alarmante para o Brasil. Segundo o órgão, somos o país com o maior percentual de indivíduos diagnosticados com depressão. A doença afeta 5,8% da população, ou seja, cerca de 11 milhões de habitantes, dos quais 53% não buscam tratamento.
Outro dado revelado foi o de que, apesar de prevalência de depressão ser maior no público feminino, o suicídio é muito mais comum nos homens. Só no Brasil, um estudo sobre a mortalidade por suicídio no Estado de São Paulo, realizado pela Fundação Seade revelou que ao longo do biênio 2013/2014 cerca de 80% das certidões de óbito registradas como suicídio eram de homens entre 15 e 64 anos. Estima-se que os homens tiram a própria vida quatro vezes mais que as mulheres. O fator causador disso é um só: desinformação.
Entendendo a gravidade do problema, a Pfizer Brasil convidou o Portal AreaH para um café da manhã na companhia do psiquiatra José Aberto Del Porto, pós-doutor pela University of Illinois at Chicago (EUA) e professor titular da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Também estavam presentes o presidente do Centro de Valorização da Vida (CVV), Robert Paris e o diretor médico da Pfizer, Eurico Correia. Veja agora os principais mitos sobre o suicídio.

Um ato de liberdade
Muitas pessoas associam erroneamente o suicídio a uma escolha livre, uma espécie de exercício da liberdade entre vida e morte, porém, na prática, o que se vê é que 90% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Sendo que 36% estão ligados a depressão, 25% a abusos de álcool e drogas, 14% a esquizofrenias e 10% a transtornos de personalidade. Portanto é muito importante que se entenda que não existe um ato de liberdade no suicídio, e sim, uma doença que faz com que o indivíduo perca a liberdade.

Tristeza
Outra associação errada é de que o suicídio é causado por tristeza. Como foi citado acima, quase 100% dos casos são relacionados a transtornos mentais. Claro que esses transtornos podem levar à tristeza, porém, não só tristeza o problema. O setembro amarelo esse ano tenta desmistificar o assunto com uma campanha digital de conscientização sobre a doença por meio da hashtag #naoesotristeza. A Pfizer Brasil e o CVV firmaram parceria para divulgar e descontruir os estereótipos associados à depressão, esclarecendo que se trata de uma doença.

Quem fala, não faz!
Existe um mito que afirma que a pessoa que fala que vai se matar, não teria coragem de fazê-lo, e quem o faz, não sai anunciando por ai. Neste aspecto é necessário  esclarecer que o suicídio é um ato final de um processo, ou seja, o indivíduo que afirma que vai se matar pode estar tentando te pedir ajuda e nesse caso é importante que você ajude imediatamente. Muitas vezes, uma conversa pode evitar um ato impulsivo de findar a vida.

Não tenho dinheiro para buscar ajuda!
Ajudar um familiar ou amigo não está ligado a gastar dinheiro. Reconhecido pelo Ministério da Saúde, o CVV presta um serviço gratuito de prevenção do suicídio. A equipe de voluntários fica disponível para acolher e atender qualquer pessoa que busque apoio emocional, sempre de forma sigilosa, presencial nos postos de atendimento ou por telefone (141) e canais da instituição na internet (chat, skype e e-mail) que podem ser acessados por meio do site http://www.cvv.org.br/.

Não tenha medo de falar sobre suicídio, pois uma pessoa que você ama pode estar passando por algum transtorno mental e precisando de ajuda. Lembre-se: #naoesotristeza.


Bruno Rodrigues