As verdades sobre o café Especialistas desvendam por que a bebida mexe com o sono e qual a quantidade segura para não afetar a saúde ou ter alucinações gplus
   

As verdades sobre o café

Especialistas desvendam por que a bebida mexe com o sono e qual a quantidade segura para não afetar a saúde ou ter alucinações

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Seja depois das refeições, para se manter acordado ou curar a ressaca, poucos são os que resistem ao aroma convidativo de um café fresquinho. Na última pesquisa de orçamentos familiares do IBGE, a bebida obteve uma das maiores médias de consumo diário per capita (215,1g). Apesar de dividir opiniões sobre seus efeitos, o famoso cafezinho é um item que tem lugar garantido na mesa do brasileiro. Originário da Etiópia, o grão foi trazido ao Brasil pelos franceses no século XVIII, e desde então se tornou parte da nossa cultura. 

Mas, afinal, como saber se o café faz bem ou mal à saúde? Será que ele ajuda mesmo a burlar o sono, e remedia os sintomas decorrentes da bebedeira? As pesquisas publicadas sobre alimentos muitas vezes apresentam conclusões completamente opostas entre si, e no fim das contas mantemos nossos hábitos na base da opinião e tradição. Para desmistificar essas e outras curiosidades, o AreaH conversou com as nutricionistas Noadia Lobão, especialista em Qualidade de Vida e Prevenção de Doenças, e Gabriela Marcelino, especialista em Gestão da Segurança de Alimentos, que nos contaram tudo o que você sempre quis saber sobre o café -- veja a seguir.

QUANTIDADE RECOMENDADA
No guia alimentar para a população brasileira, do ministério da saúde, a recomendação é que o consumo seja de não mais que duas a três xícaras de café por dia. Já a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) sugere uma dose máxima de 400-500 mg/dia -- dose de até 4 xícaras. A cafeína não é prejudicial a saúde humana, desde a gestação até o final da vida, garantem as especialistas. 

Em excesso, a bebida pode causar alucinações, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Durham, na Grã-Bretanha. As pessoas que participaram do estudo afirmaram ouvir vozes depois de tomar sete copos pequenos de café instantâneo em um só dia. 

INIBIÇÃO DO SONO
É fato que o café é composto por um poderoso estimulante do sistema nervoso, a cafeína. Presente também em chás, refrigerantes, guaraná e no chocolate, ela bloqueia o neurotransmissor responsável pelo sono (adenosina). Em níveis adequados, a cafeína diminui mesmo a sonolência e a fadiga, ampliando a capacidade de concentração e memória.

Porém, existem indivíduos que são mais sensíveis à cafeína que outros, e daí vem a diferença nos efeitos da substância no organismo. O estilo de vida, dieta, nível de estresse e quantidade de café ingerido determinam se a cafeína será ou não absorvida como um estimulante. Não é recomendável ingerir grandes quantidades de café à noite às vésperas de exames, pois isso irá prejudicar sua atenção e memória no dia seguinte.

CORAÇÃO
Só faz bem pra quem toma? Segundo pesquisas das universidades norte-americanas de Washington e Harvard, o café faz bem ao coração dos que já estão habituados à bebê-lo. Aqueles que bebem apenas uma xícara de café por dia ou menos tem quatro vezes mais chances de ter um enfarte horas após o consumo. Já os que consomem quatro ou mais xícaras têm uma probabilidade quase 20% menor de sofrer o ataque.

RESSACA
Por ser estimulante, a cafeína presente na bebida reduz os efeitos sedativos do álcool, dando a falsa impressão de que a pessoa teve uma redução da intoxicação, o que não é verdade. Algumas linhas de pesquisa afirmam que o café piora os sintomas da ressaca, pois como ele é diurético, faz com que a pessoa se desidrate ainda mais. Além disso, caso haja uma enxaqueca daquelas, a cafeína pode estimular o sistema nervoso central, fazendo com que a dor piore.

Em contrapartida, o costume de beber café aumenta ligeiramente a pressão sangüínea -- o que pode fazer com que o indivíduo fique mais alerta. No entanto, se durante a ressaca houver dor de dor de estômago, o café não é uma boa escolha, pois tem ação estimulante da secreção ácida e de pepsina no estômago. Por causa disso, o consumo exagerado de cafeína deve ser evitado por portadores de úlcera.

ACADEMIA
A pausa para um cafezinho é capaz de dar aquela energia extra que você tanto busca na malhação. Esta foi a conclusão de um estudo desenvolvido pela Universidade de Illinois, nos EUA, que mostrou como a cafeína atua diretamente sobre regiões cerebrais e da medula espinhal responsáveis pela dor -- cujos efeitos são reduzidos pela substância durante os exercícios.