Ao longo de várias décadas, os machos ficaram atrás das fêmeas no que diz respeito à expectativa de vida. É o que garante o cientista britânico Les Mayhew, que pesquisa o assunto há um bom tempo. Apesar de os estudos dele se concentrarem em dados e aspectos da população da Inglaterra e do País de Gales, a longevidade delas em relação a nós também foi constatada em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos homens e das mulheres, em 2010, era de pouco mais de 69 anos e 77 anos, respectivamente. Uma diferença arredondada de oito anos, que é um número bastante expressivo, já que o indivíduo de um sexo vive quase uma década a mais que o de outro.
Uma tese científica pode explicar esta disparidade. Através de experimentos realizados na Universidade de Monash, na Austrália, foi descoberto que mutações no DNA das mitocôndrias afetam a intensidade com que os homens envelhecem, o que não acontece com as mulheres.
Os pesquisadores acreditam que isto tem ligação com a hereditariedade, já que, durante a seleção natural, eles descobriram que as fêmeas eliminam os genes mal formados, algo que o corpo do macho não faz. No entanto, segundo Mayhew (citado no início da matéria), professor de estáticas da Cass Business School, a expectativa de vida de ambos os gêneros está aumentando, mas o índice dos homens cresce em escala mais progressiva. Se o gráfico comparativo mantiver este ritmo, indivíduos dos dois sexos vão viver até os 87 anos, em 2030.
Os motivos, de acordo com o especialista, podem estar ligados ao fato de os machos terem melhorado hábitos relacionados à saúde. Les Mayhew cita como exemplo o cigarro, lembrando que 80% dos homens fumavam na década de 1970, algo que não acontece hoje em dia. Já o tabagismo entre as mulheres aumentou consideravelmente nos últimos 50 anos.