Talentosas e com o diferencial do charme genético brasileiro, algumas de nossas notáveis atrizes ultrapassaram as fronteiras das telas nacionais para buscar consagração em terras estrangeiras. O reconhecimento internacional é meritocracia. Mesmo que atuando em uma pequena ponta de longas estrangeiros, como foi o caso da primeira aparição gringa de Rodrigo Santoro em As Panteras, o reconhecimento é louvável.
Embora a indústria das revistas de celebridades comente isso com mais intensidade nos tempos atuais, a história do talento brasileiro em outros horizontes começou há tempos. Em 1984, no Festival de Berlim, Ana Beatriz Nogueira ganhou o Urso de Prata pela representação de “Vera”, filme de Sérgio Toledo. No ano posterior, novamente Berlim premiou outro Urso de Prata, desta vez para Marcélia Cartaxo em “Hora da Estrela”, da diretora Suzana Amaral. A terceira vencedora foi Fernanda Torres, Palma de Ouro de melhor atriz no Festival de Cannes de 1986, pelo filme de Arnaldo Jabor, “Eu Sei Que Vou Te Amar”.
Relembre casos recentes de atrizes brasileiras que cativaram diretores internacionais atuando em produções hollywoodianas.
A carioca Maria Flor, que iniciou a carreira em 2003 no seriado Malhação teve seu êxito profissional quando apareceu no filme Cazuza, O Tempo Não Para. Ela estreou em Hollywood em 360, drama com participação de Anthony Hopkins e Rachel Weisz, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles.
Juliana Paes apareceu em Hollywood em Amor por Acaso, em 2010, filme com direção do também ator Márcio Garcia. No longa, Juliana interpreta uma vendedora carioca que ganha de herança uma vinícola na Califórnia.
Fernanda Andrade se transformou em uma das atrizes mais badaladas de Hollywood após protagonizar The Devil Inside (A Filha do Mal, em português), um filme de terror que bateu recordes de bilheteria e chegou a superar até Missão Impossível, de Tom Cruise.
Giselle Itié, que ficou nacionalmente conhecida por sua interpretação como a protagonista da telenovela Bela, a Feia, na Rede Record em 2009, brilhou no filme Os Mercenários (The Expendables), com o papel da mocinha Sandra, ao lado de Sylvester Stallone.
A gaúcha Tainá Müller, que começou como modelo fazendo temporadas em Milão e Hong Kong, ficou conhecida do grande público como a jornalista que morreu assassinada por traficantes em Tropa de Elite 2. Graças a Lara, personagem que interpretou em As Mães de Chico Xavier, ganhou prêmio de Melhor atriz coadjuvante no Festival do Cinema Brasileiro de Los Angeles. A atriz é agenciada pela William Morris, a mesma que cuida dos astros Robert Pattinson, Claire Danes e Chloë Sevigny.
A veterana Sônia Braga começou carreira em 1968 e estreou no cinema em O Bandido da Luz Vermelha, no mesmo ano. A morena de Maringá teve seu êxito em 1983, com Grabriela, Cravo e Canela, novela escrita por Jorge Amado. No cinema internacional coleciona dezenas de longas como Baila Comigo, Cidade do Silêncio, Che Guevara, The Bride of the Sea entre outros. Em seriados também teve várias participações, foi Maria em Sex and the City, Helen em Law & Order, Alice Monteiro em Desperate Housewives e Dona Marta Cruz em CSI: Miami.
A sobrinha Alice Braga seguiu os mesmos passos. Ela começou em 2002 como Angélica, no sucesso nacional Cidade de Deus. Sua carreira internacional decolou em 2006, como a Dolores, em Only God Knows. Em 2008 ganhou reconhecimento internacional como Garota de Óculos Escuros em Ensaio Sobre a Cegueira, dirigido por Fernando Meirelles. E finalmente em 2011, ganhou destaque ao lado de Anthony Hopkins no filme de suspense sobrenatural Ritual.