Sou um chefe de cozinha meio ogro e embora tenha alguns conhecimentos e saiba apreciar bons vinhos, gosto mesmo é de cerveja. Sendo assim, resolvi me aprofundar um pouco no assunto e acabei descobrindo algumas coisas interessantes que ora divido com vocês:
Pra entendermos um pouco deste universo, precisamos saber que existem basicamente dois grandes grupos de classificação para as cervejas (lager e Ale), foneticamente laguer e eial.
A principal diferença entre os dois está no processo de fermentação: nas cervejas lager, a fermentação se dá no fundo do tanque fermentador e nas ale na parte superior, por isso são denominadas cervejas de baixa fermentação e de alta fermentação.
Dentre as lager, existe um tipo de cerveja denominado Pilsen que é o tipo de cerveja mais consumida no mundo e também aqui no Brasil. A maior parte dessas marcas que existem por aqui (Brahma, Antarctica, Skol, Heineken, Original, Bohemia, Itaipava etc etc). São do tipo Pilsen.
As cervejas são compostas basicamente por três ingredientes: cereal, água e lúpulo.
O cereal é responsável pelo “fornecimento” do açúcar que dele será extraído para o processo de fermentação e o lúpulo por duas funções básicas, a primeira é ser um conservante natural e a segunda é “emprestar” notas amargas à bebida, ajudando assim a formar o seu paladar.
O melhor cereal para a fabricação de cerveja é a cevada, porém é possível fazer cerveja através da fermentação de outros cereais (milho, arroz, centeio, trigo, sorgo etc...). A lei que regulamenta a fabricação de cervejas no Brasil estabelece ser obrigatória a presença de 55% de cevada na fabricação da bebida.
No Brasil como não poderia deixar de ser, a galera faz o mínimo necessário e depois “esculhamba”, ou seja, põem os 55% de cevada, que é o que a lei determina, e o restante é completado com outro cereal mais barato, geralmente o milho.
Quando se adiciona outro tipo de cereal à composição do produto que não seja cevada, o processo se torna mais rápido e consequentemente mais barato, porém a cerveja acaba perdendo em sabor e corpo. Além disso, torna-se necessária a adição de conservantes artificiais, ao passo que numa bebida composta exclusivamente por cevada, apenas o lúpulo seria necessário.
Da próxima vez que for tomar uma cervejinha básica, dê uma olhada na composição da mesma e prefira as que NÃO tiverem na sua composição: cereais não maltados. Escolha as 100 % malte de cevada.Você não se arrependerá. Existem algumas marcas destas citadas acima com esta composição. Identifique-as e aproveite.
Sobre Ricardo Lorenzi
Publicitário, pós-graduado em gestão de gastronomia, trabalhou com Alex Atala e no grupo Fasano, proprietário da Lorenzi Pasta a Portare empresa especializada na produção de massas artesanais.
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