São seis dias para a montagem de toda a parafernália do espetáculo, ao custo de R$ 340 mil por show. Mais de 500 pessoas mobilizadas para armar o palco, que inclui marionetes de mais de 100 metros de altura, infindáveis equipamentos de som, luz e imagem, um gigantesco telão e, claro, o muro. Feito de tijolos de papelão, com 137 metros de largura, é o cenário do espetáculo.
O protagonismo fica por conta de Roger Waters, um dos líderes e eterno baixista do Pink Floyd (assim como não existe ex-craque nem ex-presidente da República, também não existe ex-Pink Floyd, ex-beatle ou ex-Rolling Stones, ok?). Certamente, The Wall – Live está entre um dos maiores shows do ano no Brasil, senão o maior.
Porto Alegre será a primeira cidade a receber Waters no País, no dia 25 de março (domingo), no estádio Beira Rio. Depois, o britânico toca no Rio de Janeiro (Engenhão), no dia 29, uma quinta-feira. Por fim, dois shows em São Paulo, no Morumbi, nos dias 1º (domingo) e 3 de abril (terça-feira). Ainda há ingressos disponíveis para TODAS as apresentações (veja aqui).
Há motivos de sobra para não perder o espetáculo. O show reproduz, na íntegra, um dos maiores álbuns da história do rock, top3 do Pink Floyd (The Dark Side of The Moon e Wish You Were Here são os outros). O disco duplo, lançado em 1979, é uma ópera-rock biográfica de Roger Waters, que já veio ao Brasil em 2002 e 2007.
The Wall não tem o poder e a força de The Dark Side of The Moon, lançado seis anos antes, seguramente o melhor álbum do Pink Floyd, na opinião até da própria banda. Todos são unânimes em dizer que a sintonia de corações e mentes naquela produção foi única e nunca alcançada novamente depois, nos outros quatro álbuns com o Pink Floyd inteiro (sem Waters, mais dois álbuns foram gravados, em 1987 e 1994).
A sintonia perfeita não estava mais entre eles. Tanto que Waters se desentendeu e expulsou o tecladista Richard Wright da banda durante as gravações do disco (Wright, um dos fundadores do Pink Floyd, trabalhou como músico contratado!). Apesar de tudo, The Wall é obrigatório. Não se trata somente de música. Composto para ser a biografia de Waters, abordou temas humanos e universais, como a repressão do estado, da família e da escola. Era para ser pessoal e datado, com prazo de validade. Mas, tem uma atualidade assustadora.
"Há 32 anos, quando escrevi The Wall, acreditava que era minha história. Agora vejo que é algo maior, é de todas as pessoas que lutam contra a guerra. Abarca temas amplos e a luta do indivíduo contra a autoridade", disse Waters na coletiva de imprensa em Santiago, no Chile, onde fez dois shows, na última semana.
Assim como Dark Side, que reflete sobre o tempo, o dinheiro e, em essência, sobre a existência, The Wall fala sobre a vida. Sim, é a vida de Roger Waters que está lá. Os fantasmas, a morte do pai, na 2ª Guerra Mundial, a mãe superprotetora, a carreira de astro pop, as drogas, a depressão e a solidão. Mas, quem não se identifica com, ao menos, algum tema abordado no álbum?
Álbum que virou filme. Três anos depois, o consagrado diretor Alan Parker dirigiu Bob Geldof como Pink, na adaptação do disco para o cinema. Além de protagonizar o filme, o músico britânico ficou conhecido pelo ativismo. Foi ele o principal idealizador e líder dos movimentos “Band Aid”, “Live Aid”, nos anos 1980, e do “Live 8”, em 2005, quando o Pink Floyd se apresentou pela última vez com sua formação original, com Richard Wright.
O longa metragem traz animações que viraram ícones e estão presentes no show. Criados pelo artista visual Gerald Scarfe, os desenhos da mãe, do professor e da mulher de Pink viraram as enormes marionetes que estarão no palco nos show do Brasil. Os famosos martelos vermelhos e pretos também serão vistos nos telões, assim como outros trechos do filme, que faz 30 anos em 2012 e vale ser visto. E revisto.
The Wall, o álbum, vale ser escutado e reescutado. E presenciado ao vivo. Não perca essa e derrube o muro com Roger Waters!
SERVIÇO - THE WALL - LIVE
Dia 25 de março (domingo)
Porto Alegre
Estádio Beira Rio - Av. Padre Cacique, 891 - Praia de Belas
Horário: 20h
Ingressos: de R$ 90 a R$ 500
Dia 29 de março (quinta-feira)
Rio de Janeiro
Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão) - Rua Arquias Cordeiro, s/nº - Engenho de Dentro
Horário: 21h
Ingressos: de R$ 90 a R$ 600
Dias 1º e 3 de abril (domingo e terça-feira)
São Paulo
Estádio do Morumbi - Praça Roberto Gomes Pedrosa, nº 1 - Morumbi
Horário: 20h
Ingressos: de R$ 90 a R$ 900
Para mais informações, acesse Tickets For Fun.