Boas de copo! Sua gata arrepia no “viva-virou”? Saiba o que especialistas acham disso e aprenda a lidar com mulheres que bebem mais que você gplus
   

Boas de copo!

Sua gata arrepia no “viva-virou”? Saiba o que especialistas acham disso e aprenda a lidar com mulheres que bebem mais que você

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Não há muito tempo, havia certas bebidas que deliberadamente não eram voltadas às mulheres, como a cerveja e o uísque. Durante um longo período, o que se esperava da mulher era que ela fosse mais comedida e responsável pela administração da casa enquanto o homem se aliviava em abusos, principalmente com o álcool. Por constituição física, o organismo feminino supostamente não aguentaria a ingestão de tanto álcool quanto e, por pressão social, uma mulher que bebia mais do que um homem não era considerada elegante. Mas será que isso continua assim?

Nem sempre uma mulher no volante voltando para casa da balada com o namorado no banco do passageiro representa segurança. Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo descobriu que as paulistanas não só estão bebendo mais como revelou que as que enfrentam problemas com álcool são aquelas que possuem mais tempo de estudo, como publicado pela revista Clinics. O resultado concluiu ainda que as que tem maior escolaridade ainda tem mais chances de ter problemas relacionados ao alcoolismo, e que tudo está ligado a cobranças sociais. Enquanto há quinze anos a proporção de alcoólatas era de sete para um entre homens e mulheres, hoje em dia ela está de 1,2 para uma mulher.

Outro estudo desenvolvido pelo mesmo instituto revelou que o álcool ainda causa graves alterações hormonais no organismo feminino, e que a cirrose alcóolica é mais agressiva nas mulheres. 

De acordo com Elza Lopes, responsável pelo Treinamento em Dependência Química dos Alcoólicos Anônimos, a dependência cruzada (quando há outras drogas envolvidas) e a ignorância dos perigos da combinação de drogas geraram um aumento alarmante nas taxas tanto de tentativas de suicídios como de suicídios completados entre mulheres alcoólatras em relação aos homens alcoólatras ou na população em geral.

Conversamos com o psicólogo pós-graduado em Psicologia Analítica especializado em hipnose clínica, Romildo Ribeiro de Almeida, para entender qual o impacto do álcool na vida do casal e saber como lidar com uma gata que bebe pra valer.

BEBENDO MAIS
O homem é educado desde criança para desenvolver papeis que envolvem coragem, desafio e ousadia. Ao passo que a mulher é educada para ser receptiva e desenvolve papéis ligados a delicadeza e à submissão. Historicamente, é ao homem que cabe o papel de conquistador, sendo que à mulher basta ficar na espera que o homem a conquiste. Por esse motivo, o homem no seu papel ativo, muitas vezes é acometido de uma insegurança o que o faz buscar na bebida, um aliado capaz de deixá-lo menos tenso e ansioso e, consequentemente, mais capacitado para obter resultados satisfatórios. Essa situação porém está mudando, já que a mulher está alterando seu papel na sociedade. Essas mudanças fazem com que ela fique sujeita às mesmas pressões que o homem sofre. Por outro lado, a sociedade está mais tolerante e menos machista com as mulheres, o que dá a elas mais liberdade para fazer o que antes só os homens faziam, como beber.

INCÔMODO
O homem tende a se incomodar com uma parceira que bebe mais que ele porque dentro de um caráter machista, a mulher estaria invadindo o território masculino; beber seria uma atitude pertencente ao homem. Também existe o fato de o homem projetar na mulher a figura materna, uma vez que ele precisa de alguém responsável por ele, o famoso “eu bebo e você cuida de mim”. Agora se uma mulher bebe mais do que eu, onde ficaria a minha segurança? Portanto, o homem não se sentiria seguro ao lado de uma mulher mais irresponsável que ele próprio.

COMPETIÇÃO
Sim, existem casais que competem na bebedeira, mas somente no caso de uma relação frágil sem muitas expectativas de ambos os lados. Aquelas relações do tipo “dane-se, vamos aproveitar a vida”. Numa relação formal e com objetivos mais sérios, essa competição não teria lugar.

DIVERSÃO X VÍCIO
Como saber quando a diversão se tornou um vício? Simples: quando você já não consegue mais viver sem aquele estímulo. A bebida se torna, então, um elemento indispensável no  equilíbrio da pessoa. Se a pessoa não beber, sofre uma sensação de perda e vazio, onde falta alguma coisa para “o dia ficar melhor”. Quando você pensa “puxa, já são quase 11h e ainda não bebi nada”, aí já é um vício. 

EFEITOS NO ORGANISMO FEMININO
Na mulher eles são mais intensos porque o homem costuma ter uma estrutura física maior do que a da mulher. Basta comparar peso e altura. Se um homem de 80 kg e 1,80 cm de altura e uma mulher de 55 kg e 1,60 cm ingerirem a mesma quantidade de bebida alcoólica os efeitos do álcool afetarão mais a mulher. A tolerância ao álcool também pode variar de acordo com o tempo de consumo.

AJUDA PROFISSIONAL
Beber nunca é bom nem para o homem nem para a mulher. A postura do parceiro diante de alguém que bebe deve sempre ser de tentar conscientizar aquela pessoa. A mulher que tenta competir com o homem nesse quesito revela um conflito inconsciente dentro de si, quem sabe algum problema relacionado ao pai. Procurar ajuda profissional pode ser uma saída...

O COMEÇO DO FIM
A bebida tem um caráter social. Todo mundo que começa a beber o faz como um ritual de inserção numa determinada situação ou grupo. Com o passar do tempo cria-se uma memória química relacionada ao prazer que a bebida proporciona, causando vicio. Muitas vezes também a bebida tem como objetivo diminuir o tédio de uma vida quotidiana estafante, principalmente para quem vive sujeito ao stress.