De tão manjada, a tática de usar cachorro como isca de paquera pode até soar tola para muitos. Porém, vale a pena considerar a possibilidade, porque essa abordagem “clássica” ainda faz muito coração de pedra derreter e se abrir - literalmente. Mas será que aquele vira-lata abandonado que vive na sua rua pode te ajudar na empreitada? Pouco provável.
O segredo de tanto sucesso parece estar na raça mesmo, principalmente as conhecidas pelo temperamento amigável e sociável. Outro aspecto é a aparência: por serem peludos passam a imagem de fofos e as mulheres acabam querendo abraçar e brincar. Com um belo cãozinho, a história será sempre a mesma: primeiro elas perguntam se é bravo e pode passar a mão, depois elogiam e perguntam o nome, e em seguida geralmente comentam que tem um cão também e contam sobre ele. E podem contar muito mais!
“Abordar uma pessoa do sexo oposto para conversar sobre o cão dela é um jeito menos invasivo e pessoal de puxar assunto. É um modo delicado, positivo, e fica fácil trocar elogios e dessa conversa seguir para outros assuntos, como gostos pessoais”, sugere Camila Loverdos, da Passeador de Cães.
Além disso, muito da personalidade do dono é absorvida pelo animal. Uma pessoa ansiosa irá transferir isso para seu mascote, o qual irá refletir em insegurança e nervosismo, enquanto um indivíduo muito carente irá mimar o cão. Não são informações cruciais, mas podem dar uma mãozinha dependendo do que você procura.
Diante disso, consultamos alguns passeadores de cães profissionais para descobrir quais raças vêm bombando nas calçadas de todo o Brasil. “Quando estou com essas raças particulares recebo mais elogios de mulheres, e me param para conversar e fazer carinho neles”, revela um deles. Vamos lá?
Golden Retriver
O campeão de elogios. Muito populares e dóceis, o Retriver foi desenvolvido na Inglaterra em meados do século 19 pelo Lorde Tweedmouth para ser como é: calmo, inteligente, obediente e caçador. As primeiras cadelas da raça se chamavam Ada, Primrose, Crocus e Cowslip. Sua expressão gera o grau perfeito de empatia necessária para levar uma mulher da cama ao altar.
Spitz Alemão
Esse é o famoso “Lulu”. Não é brincadeira, na Alemanha ele realmente é reconhecido como lulu-da-pomerânia. O pequeno pastor chegou à Europa por meio dos Vikings, por volta de 1450. Apesar de parecer o cruzamento de um gambá com esquilo, esse cãozinho feio faz muito sucesso com as pequenas, já que aos olhos delas eles parecem “ursinhos”. A regra é clara: quanto mais pelo, melhor, e seu olhar deve inspirar pena.
Bernese
Conhecido nacionalmente como Boiadeiro de Berna, o Bernese é “de parar a rua”, segundo os passeadores de cães. Por seu tamanho - que pode chegar a 70 cm de altura e 44 kg - e pelagem, todos param e inventam meia dúzia de perguntas para conseguir “apertar” o animal. Criada em Berna, na Suíça, a raça se popularizou no velho continente e já vem ganhando adeptos brasileiros, afinal de contas, o cachorro chama a atenção de uma donzela em qualquer lugar do mundo. No entanto, sua expectativa de vida é uma das menores (sete anos).
Poodle
De acordo com a listagem de Stanley Coren, o Poodle é a segunda raça mais inteligente do planeta, ficando atrás somente dos cães pastores. Convenhamos que a companhia de um Poodle não parece ser a melhor imagem para um macho em caça. Até Beethoven sabia disso, quando compôs Elegia à Morte de um Poodle, em 1787. Mas lembre-se dos pelos! As gatinhas não resistem ao Poodle porque ele realmente lembra um cachorro de pelúcia. Elas nunca demoram muito tempo pra localizar bolas de pelo, seja na rua ou no ralo do banheiro.
Yorkshire
Pequenos e meigos, os Yorkshires são os menores terries que existem e sua raça leva o nome da região do Reino Unido na qual foi desenvolvida durante o século 19. Um ótimo cão de companhia, seu tamanho minúsculo e sua pelagem delicada - que lembra muito o cabelo humano - inspiram cuidado e proteção, o que a mulherada tem de sobra pra dar.