Não é à toa que ao concluir 25 anos de estrada e 11 discos lançados a banda tenha sido presenteada com o financiamento de seu DVD Velhas Virgens Rockin’ Beer Tour - 25 anos via crowdfunding, ou seja, os fãs se juntaram para custear seus ídolos, algo inédito no Brasil. “Quanto mais modesto for o que você faz no palco, mais você convence as pessoas. O público sabe o que é armação”, afirma ele. Divertidos e sorridentes, a galera do Velhas propaga um humor inteligente com suas músicas, e sua visão de mundo mostra que eles ainda tem muito pela frente. “O principal ideal do homem é a mulher. Quando ela faz um beicinho pra você, você já foi”, brinca Paulão.
Ter uma banda hoje em dia significa muitas horas de ensaio e shows, viagens intermináveis e longos períodos longe da família, além de uma dedicação enorme na hora de compor, certo? Errado! A prova disso é um bando fãs de Ultraje a Rigor e Camisa de Vênus, que se juntaram nos anos 80 para fundar uma das bandas mais originais do underground paulistano.
Formada por Paulão de Carvalho nos vocais, Alexandre Cavalo e Roy Carlini nas guitarras, Simon Brow na batera e Tuca Paiva no baixo, o Velhas Virgens é definitivamente uma banda de homens: os caras não têm saco para ensaiar, idolatram a cerveja e abraçam todas as gatinhas no final do show. “A gente só ensaia quando tá gravando ou quando está para começar uma turnê nova. Pessoalmente, nenhum de nós gosta de ensaiar não, só quando somos obrigados, e com muita cerveja!”, comemora Paulão, que ainda mantém os cabelos grisalhos compridos até o ombro.
Alérgico ao “politicamente correto”, o vocalista acredita que ter uma banda é como ter aquele time de futebol do cólegio a vida inteira. “Você acorda no sábado de manhã e aí fodeu: você vai jogar uma pelada com a galera e depois tomar uma cerveja, fazer um churrasco. É isso, a gente arranjou uma grande desculpa para passar a vida toda juntos na estrada se divertindo. Não havia qualquer pretensão de virar super star, o que a gente quer é fazer nosso som do jeito que a gente gosta”, revela ele.
Antes de iniciar o show em comemoração aos 25 anos da banda, realizado em São Paulo no dia 20 de dezembro, Paulão e Cavalo tiravam fotos e cumprimentavam fãs na calçada do Carioca Club. Dividindo os vocais com Juliana Kosso, uma ruiva maravilhosa que entrou na banda para provocar ainda mais os machos de plantão, Paulão sacudiu a galera com clássicos da banda como Siririca Baby, canção em que fala sobre masturbação e narra o nervosismo de ambos os sexos na primeira noite, e o hit Domingo na Praia.