Quem já ouviu falar ou visitou a Erótika Fair, maior feira destinada ao público entusiasta do sexo, deve imaginar metros e mais metros de estandes de lojas com produtos eróticos à venda, lindas modelos desfilando de um lado para o outro e várias experiências relacionadas a esse universo com profissionais que entendem do assunto (confira o vídeo que fizemos na edição do ano passado).
Por isso, quando foi anunciada que a feira se dividiria em Erótika For Business (evento exclusivo de negócios) e Erótika Exxxperience, entre os dias 9 a 11 de junho, com a tarefa de levar ao público as sensações que o futuro parque temático ErotikaLand irá proporcionar, a empolgação foi grande. Porém, o que encontramos nem mesmo chegou perto disso.
A escolha do local - o Palácio de Exposições do Anhembi -, bem diferente dos espaçosos pavilhões que sediaram edições passadas, já se mostrou uma limitação: difícil de encontrar (era necessário dar a volta no parque e descer uma escada escondida. Demoramos cerca de 10 minutos para achar a entrada, e além disso, quase ninguém sabia informar ao certo o local de entrada) e pouco espaço destinado a estandes de lojas ou expositores já anunciavam o que viria a seguir. Lá dentro, pouco mais de meia duzia de atrações, entre lojas e opções de entretenimento, dividiam a atenção dos visitantes.
Ao contrário de edições passadas da Erótika Fair, que ofereciam variedade de sobra em opções de lojas onde encontrar produtos eróticos e novidades para levar para casa, apenas dois quiosques estavam presentes (ambos da mesma loja), com uma quantidade limitada de produtos que eram ou muito caros ou pouco interessantes e nada estimulantes. Se em edições passadas também era comum sair da feira com os bolsos cheios de amostras de cremes de massagem ou semelhantes, os visitantes da Erótika Exxxperience saíram apenas com R$ 70 a menos.
O que prometia ser a maior (se não a única) atração do evento, um "labirinto" batizado de Erótika Tour em que experiências eróticas eram provocadas em diversas salas e situações, como o BDSM e a realidade virtual, entre outros que brincariam com os sentidos do público em corredores quase escuros também se mostrou uma decepção. A estrutura improvisada com tapumes e cortinas pretas atrasou duas horas para ser concluída.
Quando o labirinto finalmente foi aberto ao público, uma fila gigantesca já estava formada do lado de fora. E para piorar a situação, apenas duas pessoas entravam por vez, ou seja, a espera era muito maior do que a própria experiência. Ficamos cerca de 1h30 na fila e 10 minutos no labirinto, uma decepção.
O local que mais chamava atenção dos visitantes era uma cabine de vidro, na qual mulheres e homens ficavam dançando e atiçando o público. Ainda era possível, em computadores, se comunicar com quem estava fazendo o show, e fazer alguns pedidos. Isso tudo para promover um site pornográfico de webcam.
A Erótika Exxxperience 2017 não chegou nem perto do que esperávamos. A grande verdade é que os visitantes poderiam passar por todas as atrações em cerca de uma hora (sem contar a fila do labirinto), e sair de lá com a sensação de que algo está faltando, que esperou a tarde inteira para que algo realmente interessante acontecesse, mas infelizmente não aconteceu. Se é para fazer um evento só por fazer, para falar que fez, melhor cancelá-lo.
Sobre Luis Carvalho
Nerd full time, viciado em literatura, HQs, games, filmes e séries, descobriu o amor pelo jornalismo ao perceber que não sabia fazer contas.
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