O inicio de carreira dos irmãos Larry, hoje Lana e Andy Wachowski, foi estrondoso. Sua segunda grande produção para Hollywood foi nada mais nada menos que Matrix, um dos melhores e mais influentes filmes de todos os tempos. Mas de lá pra cá os irmãos Wachowski patinaram. Certamente o melhor filme que fizeram desde Matrix foi o sensacional V de Vingança, baseado na obra do genial quadrinista Alan Moore. 

Porém, finalmente os Wachowskis nos presentearam com um material inédito, uma história rica e envolvente, diferente dos recentes fracassos como O Destino de Júpiter. Sense8 é uma série produzida em pareceria com J. Michael Straczynski (produtor e roteirista da série Babylon 5) e o serviço de streaming Netflix, e mais que uma grata surpresa, a nova produção é tão boa quanto a melhor estreia do ano, a badalada série da Marvel, Demolidor.

Seguindo os passos de Demolidor, Sense8 traz a sensação de que estamos vendo um grande filme com mais de 10 horas de duração, e apesar do início um tanto cadenciado, a trama cresce, se torna envolvente, prende o telespectador, e faz com que você queira saber o que virá a seguir, como se desenvolverá a história de cada protagonista (sim, são 8 protagonistas) e para onde esta rota de colisão os levará. 

Então, se você ainda não está convencido se deve dar chance para o novo trabalhos dos Wachowskis, separamos 5 motivos pelos quais vale a pena ver a primeira temporada de Sense8: 

Toda boa série que se preze precisa de bons protagonistas, e Sense8 não é diferente, levando em conta o número de protagonistas e a forma com que eles são apresentados, suas histórias se desenvolvem de maneira brilhante, mesmo com um ou outro personagem clichê. Outro ponto positivo é o fato de nos apresentar diversos países e suas respectivas realidades de acordo com cada um dos personagens. 

Embora Sense8 seja uma obra de ficção científica com certo apelo dramático, quando a porrada aparece, ela come solta, tiroteios, brigas de facão, perseguições, muitas balas e até armamento pesado estão presentes, assim como vemos em Matrix, as cenas de luta são um show a parte. 

É difícil falar sobre a história sem entregar algum spoiler, por isso vamos focar na narrativa. Sense8 começa um tanto quanto confusa, o telespectador é colocado naquele mundo sem muito conhecimento prévio, mas, o que pode parecer um pouco cansativo no começo passa a fazer todo o sentido no decorrer da trama, principalmente por promover as mesmas sensações causadas aos protagonistas a cada nova descoberta. O roteiro é simplesmente fantástico, vale a pena insistir na série. 

Sense8 faz várias referências a cultura pop em geral, seja a placa de “Twin Peaks” logo na introdução ou as constantes homenagens aos astros da ação dos anos 80 como Arnold Schwazenegger e Jean Claude Van Damme, além de menções a bandas famosas como The Who e 4 Non Blondies, tudo com sua devida importância e com certa ligação à rama.   

Mesmo não abordando profundamente todos os temas polêmicos, Sense8 é um show de horrores para os reacionários e conservadores, temas delicados como a AIDS e a miséria na África, o preconceito contra os homossexuais, o machismo, violência doméstica e a intolerância religiosa são abordados na série, deixando um pano na manga para as temporadas subsequentes.