A lista dos carros mais rápidos do mundo é bem famosa. E seus protagonistas, carros como a Lamborghini Murciélago, Pagani Zonda F, Koenigsegg CCX4 e o Saleen S7 Twin Turbo, dentre outros. Mas, ignorar alguns verdadeiros clássicos esportivos de linha desde os anos 20 até hoje é ocultar todo o caminho que levou ao holofote os superesportivos da atualidade. Pensando neles, o AreaH traz uma lista inedita com os dez mais velozes carros por década – desde anos 20 até os dias de hoje. A fonte deste top é O Livro do Carro: a enciclopédia visual.
Anos 20: Bugatti Type 35B 1927 (204km/h)
Quem disse que nos anos 20 as carangas de linha não superavam os 200 km/h? Para Ettore Bugatti, engenheiro nascido numa família de artistas, a perfeição estética era tão importante quanto a técnica – e com essa fórmula, a obra-prima estava feita. Nas pistas, mais de 2 mil vitórias em categorias diversas com o motor 2.2 OHC 8 em linha. Ao todo, 123cv para carregar apenas 750kg. Una a isso aerodinâmica e você tem um recordista. Ainda assim, nos anos 20 o recorde de velocidade máxima foi atingido por um protótipo projetado exatamente com essa finalidade: o Fiat Mephistopheles 1923, que logo no ano seguinte chegou aos 235km/h. Haja adrenalina nas "baratinhas".
Anos 30: Lagonda V12 Lancefield 1939 (206km/h)
É bem verdade que nem todo Lagonda Lancefield de linha era preparado para alcançar tal velocidade (206km/h), mas o motor 4.4 V12 do veículo precisava de poucos acertos para se tornar um digno competidor para Le Mans. Hoje a marca britânica pertence à fabricante Aston Martin, que já apresentou no Salão de Roterdã de 2011 um modelo que reviverá a marca Lagonda. Trata-se do Aston Martin Lagonda SUV.
Anos 40: Tucker 48 1948 (211km/h)
Há quem acredite que o Jaguar XK120 tenha sido de fato o primeiro mais rápido carro de linha do mundo com seus 200km/h, uma vez que todos os carros que já haviam vencido esta marca antes eram voltados para competição – apesar de serem vendidos sim para qualquer um que tivesse cacife para pagar. Ainda sim, poucos se lembram do Tucker 48 (1948). Sem o peso das grandes marcas, o pobre Tucker é esquecido como um dos mais velozes carros da década – senão o mais. No talo atingia 211km/h, consideráveis 11km/h mais que "o primeiro carro mais rápido de linha do mundo".
Anos 50: Aston Martin DB4 1958 (227km/h)
Outro caso polêmico. Alguns dizem que o Mercedes-Benz 300SL chegava aos 225km/h sem modificações e com isso seria o mais veloz da década. Mas, talvez estes tenham se esquecido do Aston Martin DB4 1958, que por "apenas" 2km/h superaria o 300SL. Sim, 227km/h para o supercarro de luxo, com design italiano exótico e 243cv no motor 3.6. Mas, em uma disputa dessa de clássicos, é difícil calcular o vencedor. Mas, em termos de carros de massa, é sempre bom citar o 300SL.
Anos 60: Lamborghini Miura 1966 (285km/h)
Poucas rivalidades são tão intensas e bonitas de se ver por um amante de carros que entre as italianas Ferrari e Lamborghini. E na década de 60 ela invadiu o ramo dos mais velozes do mundo em linha. Isso porque quando a Lamborghini lançou o Miura, ofuscou a Ferrari, o primeiro supercarro prático com motor central e dono de um design que, sem dúvidas, inspiraria toda uma geração de muscle cars americanos. Seu motor, um 3.9 V12.
Anos 70: Lamborghini Countach LP400 1974 (274km/h)
Devido a imposição de leis cada vez mais rigorosas, entre os anos 60 e 70 a indústria automobilística investiu mais em segurança que em grandes velocidades. Prova disso é o fato de que pela primeira vez uma década não representou um aumento de velocidade em um carro de produção. O mais veloz da década foi a Lamborghini Countach, um dos mais duradouros da história dos supercarros (1974-1990).
Anos 80: Ferrari F40 1987 (323km/h)
O último carro abonado pelo Commendatore Enzo Ferrari se tornou muito maior que só o carro mais veloz de produção do mundo. O F40 se transformou em uma lenda, presente no inconsciente coletivo dos amantes de carro e desejado até hoje. Além do mais, era a primeira vez que um motorista comum poderia alçar velocidades acima dos 300km/h – e bota acima nisso (323km/h). Fãs milionários chegavam a pagar até 1 milhão de libras por um F40 e ainda sim foram produzidos 1.311 bólidos. A Ferrari agradece.
Anos 90: McLaren F1 1993 (388km/h)
Para muitos, inclusive especialistas, o carro mais bem construído da história, o McLaren F1 é um carro absolutamente exclusivo. Menos de 100 produzidos, incluindo nesta conta também modelos voltados para competição, como o LM e o GT. Capaz de atingir os 387km/h, seu segredo era simples: aerodinâmica e um motor digno de F1 (literalmente no modelo GT): um V12 636cv ao peso de 1140kg. Se você um dia quiser comprar um, só em leilões de luxo – e prepare o bolso, ele custa pra lá dos US$5 milhões.
2000: SSC Ultimate Aero 2006 (413km/h)
Quem apostou que os carros de produção em massa jamais superariam a barreira dos 400km/h quebrou a cara. Antes do SSC (Shelby Super Cars) Aero, a Bugatti foi a primeira a superar a marca com o Veyron, mas na década de 2000 os 413km/h do motor 6.3 do Aero foram insuperáveis. O troco viria bem mais tarde do que se esperava, da própria rival que teve seu recorde tomado – na página seguinte, o atual top dos tops.
Hoje: Bugatti Veyron 16.4 SS 2011 (431km/h)
Motor 8.0 em 16 cilindros. Um total de 1200cv e quase 153 kgfm de torque. De fato o Veyron 16.4 Super Sport veio com um objetivo claro: ser o mais veloz comercial do mundo – e conseguiu com relativa folga. 431km/h, pulverizando assim os números de sua versão anterior (que foi o mais rápido do mundo em seu tempo) e do carro que lhe tomou o posto. Para sua versão de rua, todavia, o veículo não chega a tanto: 417km/h, o que o deixa ainda com o posto de mais veloz do mundo. Seu preço também é recorde, US$ 2.4 milhões. Será que vale tanto assim?
Promessas de novas quebras de recorde não faltam. A última delas é do americano TranStar Racing Dagger GT, um superesportivo que jura carregar 2.000cv e promete superar a barreira dos 500km/h (saindo de 0 a 100km/h em impensável 1,5 segundo). Mas, até agora tudo mais parece blefe que uma jogada real para tomar o trono do Veyron. Todavia, como a história diz, é questão de tempo para que mais um rei entre os esportivos perca a coroa. Quem será o candidato?