Imortalizada na tela dos cinemas com o clássico da década de 70 Le Mans, estrelado pelo ator (e piloto) Steve McQueen, a 24 Horas de Le Mans é uma das mais esperadas competições do calendário do automobilismo. Tanto que há quem diga que a verdadeira tríplice coroa de um piloto é vencer o Grande Prêmio de Mônaco na Fórmula 1, as 500 Milhas de Indianápolis nos Estados Unidos e as 24 Horas na pequena cidade francesa. E quando se fala de corrida, nada melhor que homenagear os maiores protagonistas do espetáculo: os bólidos.
10º Jaguar XJR (88 / 90)
Dentre os dez bólidos históricos da Le Mans selecionados neste top, o Jaguar XJR é o menos vencedor, com "apenas" dois triunfos, em 1988 e 1990 (o que imediatamente garante a não presença do McLaren F1, o que não retira a glória de seu título de melhor carro da história). Mas, além de seus títulos, este modelo tornou-se uma obra prima do design em carros para corridas de longa distância, além de ter um motor V12 7.0 litros "debaixo do capô", levando o título com o histórico XJR9 em 1988 e com o XJR12 em 1990.
9º Matra Simca MS670 (72 / 73 / 74)
Quem ouve o grito de uma Ferrari de longe e acha a coisa mais linda do mundo nunca ouviu um legítimo motor Matra. Nove em cada dez fanáticos pelo ronco deles seleciona o propulsor francês como uma verdadeira música para os ouvidos. E, muito além de ser classificado como um carro que carregava um motor com o "som do inferno", a Matra (em especial o MS670 na Le Mans e o MS10 na Fórmula 1) foi uma equipe vencedora. Campeã de Construtores na F1 em 69 (por ironia do destino sem um motor próprio, mas sim com o Ford Cosworth) e tricampeã na Le Mans em 72, 73 e 74. Uma lenda de vida curta, mas inesquecível.
8º Jaguar D-Type (55 / 56 / 57)
Se hoje em dia a Jaguar leva a fama de ter os carros mais confortáveis e alguns dos mais luxuosos do mundo, (bem) antigamente sua fama era de uma temida equipe das pistas. Não em sua última e desastrada aventura na Fórmula 1, mas sim entre os carros de turismo e voltadas para endurance. Sim, o XJR é uma bela prova disso, mas antes dele a lenda levava o nome D-Type. Um carro lindo em design, muito potente e durável. Um tri que poderia ter sido um tetra se não fosse um problema na injeção que tirou a vitória certa do time em 1954.
7º Porsche 936 (76 / 77 / 81)
Este carro pode se orgulhar de ter sido um dos precursores de uma lenda das pistas. Vencedora da Le Mans 16 vezes (sendo a última delas apenas em 1998), a Porsche dominou a prova por três décadas. E o modelo 936 definitivamente foi um importantíssimo passo para a montadora alemã, que antes dele havia sido campeã duas vezes (70 e 71). Seu desenho jamais será esquecido pelos fãs da tradicional prova.
6º Audi R10 TDI (06 / 07 / 08)
Falando em tradição em Le Mans, abaixo da Porsche está a Audi com sua impressionante hegemonia nos anos 2000. Tão impressionante que de 2000 a 2011 a marca conquistou 10 vezes o título (ou seja, perdeu apenas duas vezes). Sucessor do Audi R8 (modelo que está entre os cinco primeiros), o Audi R10 TDI correu até 2010, mas por equipes menos fortes. Mas, jamais há de se desrespeitar um tricampeão de Le Mans (aliás, o último tri da categoria).
5º Porsche 956 (82 / 83 / 84 / 85)
Modelo que inspirou toda uma geração de vencedores nas corridas de turismo e endurance, o Porsche 956 definitivamente foi a obra-prima da década de 80 para as 24 Horas de Le Mans. E uma obra-prima que só foi criada para adaptar o já consagrado 936 de Le Mans às regras da FIA World Sports Car Championship. Acabou virando um substituto muito bem sucedido, com quatro títulos na conta, mas muito conhecido por ser um carro absolutamente fatal. A prova disso foi a morte do então promissor piloto Stefan Bellof nos 1000km de Spa em 1985. Muito em função deste acidente, o lançamento do Porsche 962 foi adiantado.
4º Alfa Romeo 8C 2300 (31 / 32 / 33 / 34)
Se hoje a Alfa Romeo anda jogada para escanteio, o mesmo pode ser dito sobre cada um de seus adversários nas pistas no passado. Na Fórmula 1, a escuderia trucidou seus rivais em 1950, temporada inaugural da categoria e duelou em par de igualdade com a Ferrari em 51. Depois disso, deu uma sumida e virou coadjuvante em suas idas e vindas. Na Le Mans é a mesma coisa. Nos anos trinta, o modelo 8C 2300 foi um monstro e devorou um tetra fácil entre 1931 e 1934. Uma façanha que apenas em meados nos anos 60 a Ferrari conseguiria alcançar. Ferraristas de plantão, muito respeito a Alfa Romeo!
3º Ford GT40 (66 / 67 / 68 / 69)
É bem verdade que a grande maioria dos American Muscle Cars apenas aceleram e gritam, ou seja, são ótimos para os ovais e são ruins para competições em circuitos mistos, caso das corridas europeias. Mas, o Ford GT40 foi uma exceção e tanto. Excelente carro em velocidade final, aceleração inacreditável e dirigibilidade nas curvas, o bólido fez valer sua superioridade em seu tempo com um tetracampeonato mais que justo entre 1966 e 1969, em um tempo no qual não eram poucos os modelos fenomenais de Ferrari, Jaguar e Porsche. Um caipirão americano que enfim deixou os aristocráticos europeus comendo poeira.
2º Ferrari 250 (58 / 60 / 61 / 63 / 65)
Apenas dois carros foram pentacampeões da Le Mans e o Ferrari 250 (em diversas versões como a tradicional, a LM e a GTO) foi um deles. Mas, não basta vencer cinco vezes uma das mais impressionantes provas do automobilismo mundial: o 250 promovia a seu piloto uma experiência de pilotagem que poucos até hoje oferecem. Um típico veículo que era possível de se ter como um motorista comum, isto é, destinado não apenas para as pistas. Convenhamos, isso é algo hoje impossível. Quem tiver uma boa grana e um bocado de sorte pode até correr atrás de um algum dia desses.
1º Audi R8 (00 / 01 / 02 / 04 / 05)
Um fenômeno. Apenas esta palavra pode descrever o R8, carro que deu os cinco primeiros títulos da Audi em Le Mans. E não pense que ter R$ 1 milhão na conta resolverá sua vontade de ter um, pois o destinado para as ruas é bem diferente do que gritou nas pistas. Para se ter uma ideia de sua grandiosidade em números, o bólido registrou (mesmo incluindo equipes de menor poder que o utilizaram) um total de 63 vitórias em 79 corridas nas quais participou – sempre em endurances.